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Militantes do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), grupo dissidente da Al-Qaeda que esta semana assumiu o controle de Mossul, segunda maior cidade iraquiana, avançaram nesta quarta-feira sobre Baiji, sede de uma refinaria de petróleo, e atearam fogo no edifício do tribunal e da delegacia de polícia local, segundo fontes da segurança.
A refinaria de Baiji é a maior do Iraque e fornece derivados de petróleo para a maioria das províncias do país. O incidente ocorreu no mesmo dia em que insurgentes tomaram reféns em uma representação turca em Mossul (leia ao lado).
A tomada de Mossul começou no sábado à noite. Os insurgentes agitaram bandeiras negras e invadiram prédios do governo, expulsando as forças de segurança e tomando veículos militares. Cerca de 500 mil pessoas fugiram da cidade.
Condenação
O Conselho de Segurança da ONU condenou a escalada de violência no norte do Iraque, chamando o grupo de “organização terrorista procurando desestabilizar a região. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também criticou o EIIL.
Um grupo rebelde sírio apoiado por países ocidentais e árabes pediu ajuda para enfrentar os jihadistas na região leste do país, que faz fronteira com o Iraque, onde estão agindo os islamitas radicais.
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Turquia ameaça retaliar se reféns forem feridos
A Turquia disse nesta quarta que irá retaliar se qualquer um dos 80 cidadãos turcos sequestrados por um grupo dissidente da Al-Qaeda durante uma operação-relâmpago no norte do Iraque for ferido. Entre os reféns dos insurgentes do EIIL no consulado turco em Mossul estão o cônsul-geral, Yulmad Udturk, soldados das forças especiais, diplomatas e crianças.
Em Nova York, o ministro turco de Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, disse que “qualquer dano a nossos cidadãos e funcionários será respondido com a retaliação mais dura”. Ele cancelou encontros na ONU para voltar à Turquia. “Agora estamos comprometidos em acalmar a crise, considerando a segurança dos nossos cidadãos”, declarou.
Emergência
A pedido da Turquia, embaixadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) fizeram uma reunião de emergência sobre a situação no norte do Iraque.
“A Turquia informou aos aliados sobre a situação em Mossul e a tomada de cidadãos turcos como reféns”, disse um oficial da Otan.
Segundo ele, a reunião foi realizada para fins informativos e não nos termos do artigo 4 do tratado fundador da Otan, que permite a um membro da aliança de 28 nações pedir consultas com outros aliados quando sentir que a sua segurança está ameaçada. “Os aliados continuam a acompanhar os acontecimentos muito de perto e com grande preocupação”, disse o oficial.
O presidente turco, Abdullah Gul, e o premiê do país, Recep Tayyip Erdogan, discutiram a crise em uma reunião em Ancara.
Líder de EIIL é considerado ‘herdeiro de Bin Laden’
O principal líder do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), grupo criado e 2013 e que rompeu com a Al-Qaeda no início deste ano, Abu Bakr al-Baghdadi é considerado um dos mais poderosos jihadistas globais. Chamado pela imprensa internacional de o “novo Bin Laden”, Al-Baghdadi é apontado como um estrategista astuto, um prolífico arrecadador de recursos e um assassino implacável.
Apesar dos títulos, pouco se sabe sobre ele e há apenas duas fotos – não confirmadas – divulgadas. Ele teria se juntado à insurgência em 2003, logo após a invasão do Iraque liderada por Washington.
Combatentes do grupo e rivais disseram à Reuters que Al-Baghdadi conseguiu explorar o caos em meio à guerra civil na Síria e a autoridade fraca no Iraque após a retirada militar dos EUA para moldar sua base de poder.
Os EUA oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões por informações que possam levar à captura de Al-Baghdadi.