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Produção de veículos recua 18% em maio, segundo a Anfavea

Volume de estoque é suficiente para 41 dias de vendas | Rodrigo Paiva/Folhapress
Volume de estoque é suficiente para 41 dias de vendas | Rodrigo Paiva/Folhapress

A produção de veículos caiu 18%, no terceiro recuo consecutivo na comparação anual, enquanto as vendas diminuíram 7,2%. No total, as montadoras fabricaram 282,5 mil unidades no mês, entre automóveis de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, segundo a Anfavea, entidade que representa o setor.

Com o resultado de maio, o setor encerrou o mês com estoques de 400 mil veículos em concessionárias e pátios de fábricas, alta de 1,8% sobre abril. Em dias úteis, este volume é suficiente para 41 dias de vendas, nível considerado elevado pelo setor.

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O presidente da Anfavea, Luiz Moan, atribui o resultado aos baixos índices de confiança dos consumidores e a “seletividade” dos bancos na concessão de crédito para a compra de carros novos.

O setor chegou a discutir com o governo opções para destravar o crédito. O governo, no entanto, desistiu de adotar medidas para fomentar os financiamentos, disse uma fonte à “Reuters”. A avaliação foi de que as ações em estudo não gerariam efeito imediato.

Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o aumento do IPI, previsto para julho, pode ser gradual. O cronograma atual prevê que o IPI de carros 1.0 suba de 3% para a alíquota cheia, de 7%.

Moan disse que “oficialmente” a posição dada às montadoras é de que o tributo retornará a seu nível normal no início de julho. Segundo ele, um aumento de um ponto percentual no IPI tem impacto de 1,1 ponto no preço dos veículos e de 1,9 ponto nas vendas.

O setor já acumula queda de 13% na produção de janeiro a maio que tem se refletido em programas de demissão voluntária e de suspensão de contratos de trabalho. Para o ano, a expectativa da Anfavea, por enquanto, é de crescimento de 1,4% no volume produzido. “Provavelmente, em julho, faremos um ajuste nas projeções. O viés é de baixa geral”, disse Moan.

Além da queda das vendas internas, as exportações nos cinco primeiros meses do ano caíram 31,6%, impactadas pela crise cambial da Argentina, principal mercado do setor no exterior.

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