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Às vésperas da Copa do Mundo, o governo tentará afastar os ainda presentes fantasmas do pessimismo e dos discursos de gastos desnecessários com uma estratégia para cativar a população a entrar no clima do Mundial.
Como primeira medida, prepara uma campanha em que mostra a Copa como uma oportunidade histórica para promover o desenvolvimento do Brasil em áreas como mobilidade urbana, telecomunicações, segurança pública, aeroportos e portos, qualificação profissional e turismo. Mesmo as obras prometidas e não concluídas são tratadas como legado.
“A Copa é temporária, mas o benefício é permanente”, aponta documento da secretaria-geral da Presidência da República.
No compromisso com a Fifa, o Brasil prometeu 49 grande obras – 13 sequer saíram do papel. O principal exemplo é o trem-bala, que ligaria Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
A rede hoteleira também se ressente com o prejuízo, pois a taxa de ocupação está, em média, na casa dos 55%.
Na ponta da língua
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A ‘Copa das Copas’ será o slogan usado pelos ministros diretamente envolvidos com o evento. Aloizio Mercadante (Casa Civil), Aldo Rebelo (Esporte), Moreira Franco (Aviação Civil) e Celso Amorim (Defesa) receberam uma cartilha com dados sobre os benefícios que a Copa já trouxe para o país. A ideia é desmistificar que o mau uso do dinheiro público em detrimento de áreas estratégicas. A União diz que investiu R$ 101,9 bilhões em educação e R$ 83 bilhões em saúde, somente no ano passado – 12,6 e 10,3 vezes a mais do que os R$ 8 bilhões repassados na construção e reforma dos estádios.
A presidente Dilma Rousseff (PT) também estará diretamente envolvida. Embora afaste a possibilidade de discursar durante a abertura da Copa do Mundo, até para evitar as vaias, ela ainda avalia um pronunciamento à nação e até uma visita à Seleção Brasileira no centro de treinamento da Granja Comary, no Rio de Janeiro.
Contagem regressiva
A entrada no clima da Copa também incluirá uma iluminação especial de verde e amarelo nos prédios da Esplanada dos Ministérios a partir de 2 de junho – a 10 dias da abertura do Mundial. O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, também deverá ser iluminado com as cores da bandeira brasileira, a exemplo do que ocorreu na Copa das Confederações, no ano passado. A expectativa é a de que outros monumentos pelo país também fiquem coloridos.
Os protestos serão monitorados, mas o governo espera a atenção para dentro dos estádios, todos no “padrão Fifa”.
A conquista do hexacampeonato pode consagrar uma nova máxima: de que a última impressão é a que fica.