O clima na prefeitura de São Paulo era de tensão na tarde desta quinta-feira. Após o prefeito Fernando Haddad (PT) recusar um encontro com representantes do grupo de motoristas e cobradores de ônibus responsável pela greve que parou a cidade, a expectativa era de uma reação violenta por parte dos trabalhadores.
Para conter qualquer tentativa de invasão, o edifício Matarazzo, no viaduto do Chá, foi “blindado”. Um efetivo de 40 policiais militares e de 15 guardas civis metropolitanos garantiam a segurança do prédio e de funcionários.
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Por volta as 14h30, a entrada principal foi parcialmente fechada e veículos da Guarda Municipal foram colados na frente do edifício.
Funcionários disseram que foram orientados a utilizar um acesso lateral, que era vigiado por policiais. Eles informaram que os cerca de 50 grevistas que esperavam ser recebidos desde as 10h ficaram irritados após dois assessores comunicarem que o encontro não iria ocorrer.
Por volta das 9h, o prefeito já havia dito que não iria intermediar um acordo entre motoristas e empresários. Segundo ele, a questão já foi “judicializada” e aguardaria decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) sobre a legalidade ou não da paralisação.
Essa posição foi definida após conversa com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, que o orientou a esperar o desenrolar do caso na Justiça. Além disso, o Executivo avaliou que receber o grupo abriria uma brecha para que outras categorias, como os professores municipais, em greve desde o dia 23, exigissem um encontro.
Monitoramento
Participando de evento sobre mobilidade e urbanismo na zona sul, o prefeito foi informado por assessores sobre a normalização de praticamente todo o serviço na manhã de ontem. Apenas no terminal Pirituba, na zona norte, motoristas da viação Santa Brígida, estopim da greve, impediram a saída de veículos até as 9h30.
Diretores da SPTrans detalharam os casos de ataques a ônibus registrados ontem. Pelo menos 40 veículos foram vandalizados por membros do grupo responsável pela greve.