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Mais de 24 horas depois do temporal com granizo que atingiu a cidade, funcionários da prefeitura ainda não tinham concluído o trabalho de limpeza na rua Pedra Azul, na Aclimação. Com gelo na pista, a rua ficou interditada até as 18h50. Outras vias da região também amanheceram cobertas de gelo.
Segundo o subprefeito da Sé, Alcides Amazonas, 52 caminhões retiraram cerca de 310 toneladas de gelo do local. O material foi enviado a um terreno na zona norte. “Nós não estávamos preparados para essa grande quantidade de granizo. Se o sol tivesse saído, ajudaria”.
O gelo também matou uma grande quantidade de peixes no lago do parque da Aclimação. Em nota, a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente explicou que a brusca mudança de temperatura pode matar as espécies, sensíveis a alterações climáticas.
O cenário, nunca visto antes na região, atraiu moradores e curiosos que se aglomeravam nos montes de gelo em meio aos caminhões, tratores e equipes de limpeza. Crianças brincavam de guerra de gelo e adultos se equilibravam nas montanhas de granizo para tirar fotos.
Adolescentes chegaram a construir um boneco de gelo. “Achei até uma tartaruga no meio do gelo. Ela vai ficar comigo”, disse Tiago Santos, 13 anos.
A professora Sonia Gonçalves, 57 anos, ficou surpresa com a quantidade de gelo nas ruas. “São Paulo era a terra da garoa, depois do calor do cimento, agora tem até gelo”.
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Apesar da tempestade na capital, a chuva não atingiu a região da Cantareira.
O meteorologista Thomaz Garcia, do CGE, afirma que o granizo se formou com o encontro de uma massa de ar quente e úmida, vinda do Mato Grosso do Sul, com a massa de ar frio estacionada em São Paulo. “Congeladas, as gotas de água caíram como granizo. O fenômeno é mais comum no verão”, afirma Garcia.
O tempo fica estável na cidade até quinta-feira, quando uma frente fria se aproxima, derrubando as temperaturas.
Cantareira tem nível 15,6% menor
O comitê anticrise que monitora o sistema Cantareira afirmou ontem que o nível de armazenamento de água no sistema é 15,6% menor do que o informado pela Sabesp.
Nesta segunda-feira, o índice, com o “volume morto”, era de 26,3%, segundo a companhia de saneamento básico. De acordo com o comitê, liderado pela ANA (Agência Nacional de Águas), o real nível é de 22,2% da capacidade.
Os índices estão distorcidos porque a Sabesp não considerou em seus cálculos que o acréscimo do “volume morto” acabou elevando a capacidade total do sistema. Da capacidade inicial de 981,56 bilhões de litros d’água, o índice subiu para 1,164 trilhão de litros.
Segundo o relatório, a vazão afluente aos reservatórios do Sistema Cantareira está em 13,03 mil litros por segundo, o que equivale a 38% da média para o mês de maio.