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Dois terços dos lucros gerados pelo trabalho forçado vêm da exploração sexual

|Elza Fiúza/ABr
No total, cerca de 20,9 milhões de vítimas são de trabalhos forçados no mundo| Elza Fiúza/ABr

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A exploração sexual é responsável por US$ 99 bilhões dos US$ 150 bilhões de lucro gerados pelo trabalho forçado no mundo, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgados nesta terça-feira. Pelo estudo, com números de 2012, estima-se que 20,9 milhões pessoas sejam vítimas de trabalho forçado, do tráfico ou da escravidão moderna.

Os outros US$ 51 bilhões que completam o lucro são referentes a outros tipos de exploração econômica, como o trabalho doméstico (US$ 8 bilhões), a agricultura (US$ 9 bilhões) e outras atividades (US$ 34 bilhões), entre as quais estão a construção, as indústrias, as minas e os serviços de utilidade pública.

Do grupo de pessoas exploradas, 18,7 milhões estão no setor privado, sendo 26% delas crianças.

O trabalho forçado implica um elemento de coação, ou seja, a vítima exerce a atividade sem ter dado consentimento prévio e sem liberdade para deixar de fazê-la, esclarece a OIT, sediada em Genebra. Outra conclusão é que 44% das vítimas migraram dentro ou fora das fronteiras internacionais antes de serem submetidas ao trabalho forçado.

Em números absolutos, a região Ásia-Pacífico tem o maior número de trabalhadores forçados (no setor privado e no Estado), com 11,7 milhões de vítimas (56%). Na sequência, aparecem África (18%), América Latina (9%), países da Europa Central e do Sudeste, e a Comunidade dos Estados Independentes, formada por ex-repúblicas soviéticas (7%), os países desenvolvidos e da União Europeia (7%) e o Oriente Médio (3%).

Uma das conclusões do relatório é que existe correlação entre a pobreza dos lares e a maior probabilidade de serem vítimas do trabalho forçado.

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Governos

A OIT conclui também que foi registrado um recuo no trabalho forçado imposto pelo Estado (autoridades públicas, Exército ou forças paramilitares, participação compulsiva em trabalhos públicos e trabalhos forçados na prisão).

«Devemos agora focar-nos nos fatores socioeconômicos que deixam as pessoas vulneráveis ao trabalho forçado no setor privado», disse Beate Andrees, diretora do Programa de Ação Especial da OIT para Combater o Trabalho Forçado.

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