O comitê que representa as bacias que abastecem as regiões metropolitanas de Campinas e Piracicaba afirmou nesta terça que, mesmo com a utilização do “volume morto” do Sistema Cantareira, não haverá disponibilidade hídrica suficiente para abastecer as bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), no interior, e a região metropolitana de São Paulo, durante o pico da estiagem, que ocorre entre os meses de agosto e setembro.
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Cálculos do consórcio apontam que vão faltar 10 m3/s por segundo para atender a demanda de água porque a vazão afluente ao Cantareira (volume de água que chega ao sistema) em maio tem registrado média de 5,7 m³ por segundo, quando a vazão média mínima para o período é de 18 m³ por segundo.
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Segundo o consórcio, o fenômeno climático que provocou chuvas de 300 milímetros acima da média histórica no Acre e de 300 milímetros abaixo da média no Sudeste “comprometeu criticamente as vazões de afluência do Sistema Cantareira, que ficaram 60% abaixo das médias históricas”.
O governo, no entanto, nega que haverá falta de água e garante que o volume morto, que começa a ser usado amanhã, garante o abastecimento até março do ano que vem.
Governo estuda isentar quem usa poço artesiano
O governo estadual estuda isentar da taxa de esgoto quem usa poço artesiano para captar água.
Com a medida, o objetivo do governo é desestimular as pessoas a utilizarem recursos hídricos superficiais para tentar evitar o racionamento de água.
Atualmente, mesmo quem não recebe a água fornecida pela Sabesp paga pelo serviço de coleta de esgoto no Estado. “Quem construir um poço artesiano ou tiver um poço artesiano desativado e recolocar o poço em funcionamento, fica liberado da taxa”, afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Em média, a construção de um poço artesiano custa em torno de R$ 30 mil.
‘Qualidade do volume morto é boa’, diz Alckmin
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a afirmar ontem que a qualidade da água do volume morto é boa. “Ela é perfeita. O volume não é morto, (…) ele só não era utilizado”.
Segundo ele, não haverá nenhuma mudança na técnica da Sabesp e a água terá o mesmo tratamento dado ao volume útil. “A água é a mesma usada hoje”.
Com base em pareceres de especialistas, o Ministério Público manifestou preocupação com o risco de essa água carregar também poluentes tóxicos do fundo dos reservatórios.
Essa parte nunca foi usada porque nunca houve bombeamento até essa profundidade.
Nível do Cantareira cai mais e chega a 8,6%
O nível do sistema Cantareira, que abastece cerca de 8 milhões de pessoas na Grande São Paulo, voltou a cair ontem e atingiu novamente seu pior índice da história. Segundo a Sabesp, o nível chegou a 8,6%, uma perda de 0,2% em relação a anteontem, quando o patamar era de 8,8%.
Caso o ritmo de queda continue igual à média dos últimos 30 dias, o volume útil do Cantareira se esgotará em 78 dias, ou seja, no dia 30 de julho.
E o sistema deve continuar sem receber água porque não existe previsão de chuva para os próximos 10 dias, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).