O premiê interino da Ucrânia, Arseny Yatseniuk, acusou a Rússia ontem de estar por trás do incêndio que matou mais de 40 pessoas em Odessa na sexta-feira, colocando o país mais perto de uma guerra civil. Segundo Yatseniuk, o incidente, o que mais causou mortes desde a deposição do premiê Viktor Yanukovich, faz parte de “um plano russo para destruir a Ucrânia”.
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“O que ocorreu em Odessa faz parte do plano da Federação Russa para destruir a Ucrânia e seu Estado”, disse o premiê em uma entrevista coletiva que concedeu em Odessa, depois de se reunir com autoridades locais e representantes da sociedade civil na cidade, a terceira maior do país.
Yatseniuk também atacou as forças policiais de Odessa, sugerindo que os agentes estavam mais interessados nos frutos da corrupção do que em manter a ordem. “Se houvessem feito seu trabalho, essas organizações terroristas teriam sido frustradas”, acusou.
Slaviansk
Um porta-voz dos separatistas pró–Moscou disse ontem que o exército da Ucrânia bloqueou a principal estrada de acesso a Slaviansk, cidade no leste do país que se tornou reduto de ativistas.
A ofensiva, parte da chamada operação “antiterrorista” de Kiev, ocorre uma semana antes do referendo previsto para 11 de maio para a criação de uma república autônoma. Segundo analistas, a incursão do Exército seria uma forma de impedir a votação.
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Diplomacia e gás
Ontem, o ministro alemão de Exterior, Frank-Walter Steinmeier, pediu a realização de uma segunda conferência internacional em Genebra para pôr fim à crise na Ucrânia.
Steinmeier disse que o objetivo da reunião seria “fazer acordos claros sobre como nós podemos colocar um fim a esse conflito e mover-nos gradualmente em direção a uma solução política”. “Qualquer outra coisa seria irresponsável porque isso só significa que há mais vítimas”, acrescentou.
Por telefone, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin, discutiram ontem a crise e destacaram a importância de uma “ação efetiva internacional” para reduzir a tensão, segundo o Kremlin.
Eles também discutiram o fornecimento de gás natural russo para a Ucrânia. Na sexta-feira, Moscou ameaçou cortar o fornecimento em julho, se não receber adiantamento de pagamento de Kiev.
Veja imagens da Ucrânia:
Fotos: Reuters