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Maduro acusa o governo americano de nova conspiração

Maduro discursa para milhares de venezuelanos em Caracas | Jorge Silva/ Reuters
Maduro discursa para milhares de venezuelanos em Caracas | Jorge Silva/ Reuters

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusa governo dos Estados Unidos de voltar a conspirar contra Caracas e condenou a «ingerência grosseira e insolente» nos diálogos com a oposição, destacando que não aceitará nenhum tipo de condicionamento. «Tenho provas novas da participação de funcionários da Embaixada dos Estados Unidos em conspiração diretamente com os guarimberos – promotores de barricadas e vandalismo -, com os setores que dirigem uma tentativa de golpe de Estado», disse.

Nicolás Maduro falou para milhares de simpatizantes que saíram ontem às ruas de Caracas para marcar o Dia Mundial do Trabalhador. Há quase três meses são registrados diariamente protestos em várias regiões da Venezuela, que deixaram até agora pelo menos 42 mortos, mais de 600 feridos e mais de 2.360 detidos.

No dia 10 de abril, o governo e a oposição venezuelana iniciaram um processo de diálogo, que tem como promotores o Vaticano, o Brasil, o Equador e a Colômbia.

Segundo Nicolás Maduro, «primeiro foi o presidente [Barack] Obama, que disse estar muito preocupado com o povo da Venezuela». Ele questionou o fato de o governo norte-americano não se concentrar nos “40 milhões de pobres que há nos Estados Unidos. Criticou ainda as recentes declarações da subsecretária adjunta de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, de que é importante que «o diálogo na Venezuela comece a dar resultados», ao mesmo tempo em que questionou o direito norte-americano de interferir em um diálogo político num país estrangeiro.

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Para Maduro, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ameaçou Caracas ao dizer que «enquanto houver diálogo na Venezuela, os Estados Unidos não atuarão contra o país». Em sua opinião, a declaração é infeliz e vai ser levada à mesa de diálogo e à Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

«Os Estados Unidos não devem meter-se nos processos de paz e de diálogo que iniciei na Venezuela», disse, ao acusar Washington de pretender afastar os representantes da oposição das mesas de diálogo.

Maduro denunciou que o recente homicídio de Eliézer Otaiza, ex-diretor dos Serviços de Inteligência e Prevenção, foi promovido por setores «da direita venezuelana e jornalistas corruptos». Ele apelou aos venezuelanos para que construam entre todos a estabilidade política e econômica, acabem com a guerra econômica e a especulação, acrescentando que a «revolução criou condições sociais, legais e materiais para dar estabilidade à classe operária, qualidade e proteção».

Segundo o presidente, desde a morte de Hugo Chávez o país vive «tempos difíceis». Ele pediu a defesa do socialismo, porque «é tempo de definições, não de dúvidas».

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