A votação do PDE (Plano Diretor Estratégico) na Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal, prevista para ontem, foi adiada. Agora, a promessa dos parlamentares é de que o texto seja avaliado no dia 22 e, caso seja aprovado, encaminhado para o plenário da Casa no dia 23. (veja o gráfico no fim do texto)
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O atraso coloca em risco o calendário do prefeito Fernando Haddad (PT), que espera a aprovação do texto, em definitivo, antes da Copa do Mundo, em junho.
Na versão oficial, o adiamento ocorreu para permitir a inclusão de propostas apresentadas durante as duas audiências públicas realizadas no final de semana.
No entanto, nos bastidores, a informação é de que a decisão de postergar a votação foi tomada após vereadores que compõem a base de apoio ao governo sinalizarem que não votariam a favor da atual versão do plano.
Os parlamentares querem incluir artigos que beneficiem seus redutos eleitorais. Entre as emendas propostas está a de reservar terrenos ociosos para construção de escolas.
A manobra coloca em xeque, mais uma vez, a capacidade de o prefeito negociar com a base, o que tem dificultado a votação de projetos do Executivo, entre eles o alargamento de ruas para os corredores de ônibus.
Os parlamentares também têm sofrido forte pressão do mercado imobiliário, contrário a adoção de um limite de oito andares para novos edifícios em bairros adensados e mudanças nos limites de construção.
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A decisão de aditar a votação ocorreu mesmo com a presença de integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto), que lotaram a sala onde a comissão se reuniu para pressionar os vereadores a aprovarem o texto.
Ele querem, ainda, a inclusão de um área no Jardim Ângela, batizada de ‘Nova Palestina”, no artigo que prevê a oferta de habitações populares para famílias com renda de até três salário mínimos.