
Policiais e manifestantes se enfrentaram violentamente nesta quinta-feira em diversas localidades na Argentina em meio a uma paralização geral de 24 horas convocada pela oposição ao governo da presidente Cristina Kirchner. Os grevistas pedem salários melhores e protestam contra a inflação e a insegurança que atingem o país.
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Três das cinco centrais sindicais argentinas convocaram a greve em manifestação contra a tentativa de Kirchner de limitar os reajustes salariais discutidos nos acordos coletivos e para exigir mais segurança diante da onda de criminalidade que atinge as grandes cidades do país.
“Os trabalhadores dizem ao governo: chega! Greve geral!”, afirmou Hugo Moyano, principal líder do protesto e titular da ala não-governista da CGT, que reúne trabalhadores do setor de transportes e portuário.
O chefe de gabinete do governo, Jorge Capitanich, disse ontem que os organizadores da greve buscavam “sitiar os grandes centros urbanos”. Ele reconheceu o direito à greve, mas disse que a estratégia é antiquada.
“Na Idade Média, os senhores feudais impediam o acesso da população. Não há lugar para a barbárie nem para medidas que conspirem contra o livre exercício do direito à greve dos trabalhadores”, disse.
Segundo os sindicatos, mais de 1 milhão de pessoas aderiram à greve no país.
Transportes
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A capital, Buenos Aires, amanheceu sem trânsito e vazia ontem, com lojas e comércio fechados.
O sistema de transporte do país foi o mais afetado, com problemas registrados em linhas de ônibus, trens e metrô, aeroportos e até entre taxistas, que não puderam circular em função da falta de gasolina porque os postos também aderiram.
Serviços de coleta de lixo e abastecimento também foram interrompidos.
Com a dificuldade no transporte, muitos estudantes e professores não puderam chegar a escolas, que estiveram abertas apesar da paralização.
Passageiros no Brasil têm voos cancelados por paralização
A greve geral na Argentina provocou o cancelamento da maioria dos voos que partiriam de capitais brasileiras para Buenos Aires, de acordo com a Infraero.
As viagens programadas para sair ou chegar ao Aeroporto Jorge Newbery (Aeroparque), em Buenos Aires, são as mais prejudicadas, segundo a imprensa local. Os voos domésticos na Argentina também foram cancelados.
À noite, a TAM disse que cinco voos haviam sido cancelados ao longo do dia entre o Aeroparque e o Aeroporto de Guarulhos, nos dois sentidos. As operações nos aeroportos de Buenos Aires/Ezeiza e Rosário não foram impactadas. Segundo a Gol, seis voos foram cancelados ontem.
As companhias aéreas Aerolíneas Argentinas, Austral e LAN paralisaram suas operações, de acordo com o titular da Associação de Técnicos Aeronáuticos (APTA), Ricardo Cirielli.