Foco

Greve geral na Argentina ameaça voos no Brasil

Por causa de uma greve geral na Argentina, incluindo o setor de transporte aéreo, voos partindo de Buenos Aires para o Brasil e decolagens que deveriam sair de Cumbica e do Galeão já são afetados. Desde a 0h, foram 9 voos cancelados, todos da Aerolíneas Argentinas.

ANÚNCIO

Em Cumbica, uma chegada e uma saída foram canceladas; já no Galeão, no Rio de Janeiro, foram 7 até agora, sendo 4 chegadas e 3 saídas.

Uma decolagem prevista para as 10h, no Galeão, também já foi cancelada.

 

Greve

Uma greve geral convocada pelos sindicatos contrários à presidente Cristina Kirchner teve início no primeiro minuto desta quinta-feira para exigir melhores salários e protestar contra a inflação e a insegurança que atingem a Argentina.

Três das cinco centrais sindicais da Argentina convocaram a greve para rejeitar a tentativa de Kirchner de limitar os reajustes salariais discutidos nos acordos coletivos, e para exigir mais segurança diante da onda de criminalidade que atinge as grandes cidades do país. «Os trabalhadores dizem ao governo: Chega! Greve geral!”, destacou o caminhoneiro Hugo Moyano, principal líder do protesto e titular da ala não-governista da CGT.

ANÚNCIO

A chave do sucesso da greve de 24 horas será a adesão dos maquinistas de trens e metrô, motoristas de ônibus e caminhoneiros, técnicos aeronáuticos e navegadores fluviais, que poderão paralisar o país. «Todos tem o direito à greve”, disse Kirchner, cujo governo enfrenta uma inflação de 30% ao ano e uma onda de criminalidade que se tornou a principal preocupação dos argentinos.

O governo tenta impedir os reajustes salariais discutidos entre patrões e empregados, apesar de a grande maioria dos sindicatos já ter acertado aumentos em torno dos 30%, o que vai puxar ainda mais a inflação.

A Argentina tem 10 milhões de trabalhadores registrados, e ao menos 40% são filiados a algum sindicato. O número de assalariados sem registro é estimado em quatro milhões. «É uma greve política, este não é o momento de parar», disse Antonio Caló, líder de 150 mil metalúrgicos reunidos na ala governista da CGT.

Moyano foi candidato à presidência em 2011 com seu pequeno partido Cultura, Educação e Trabalho, e agora busca construir o braço sindical da Frente Renovadora, do deputado peronista dissidente e presidenciável Sergio Massa.

A esquerda «trotskista» organizará piquetes em avenidas e estradas para apoiar a greve, mas as demais organizações não promoverão protestos nas ruas. «Nunca sou a favor de greve, mas não é possível viver com este nível de inflação», disse Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires e um dos presidenciáveis para 2015 pelo partido opositor Proposta Republicana, de direita.

A última greve geral convocada pelos sindicatos opositores na Argentina ocorreu em novembro de 2012, e paralisou parcialmente o país.

ANÚNCIO

Tags


Últimas Notícias