Corredor de ônibus da Rebouças | André Porto/Metro
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Em uma sessão tumultuada, que durou cerca de seis horas e meia, a Câmara Municipal aprovou nesta terça-feira, em primeira votação, com 36 votos a favor, 10 contra e uma abestenção, o projeto do prefeito Fernando Haddad (PT) que prevê o alargamento de cerca de 65 vias para a construção de 150 km de corredores de ônibus.
Agora, o texto precisará passar por um segunda votação, provavelmente na próxima terça-feira, antes de seguir para a sanção do prefeito, que promete concluir o pacote de corredores até o final de seu mandato, em 2016.
Para conseguir aprovar o texto, após duas tentativas frustradas na semana passada, o governo precisou contar com o apoio do chamado “centrão”, bloco formado por vereadores de partidos como o PSD, DEM, PV e o PR. Além disso, a bancada petista aceitou incluir uma emenda no projeto original excluindo do pacote de vias que serão alargadas a avenida Nossa Senhora do Sabará, na zona sul.
A mudança ocorreu após forte pressão de moradores e comerciantes na região sobre os vereadores.
Entre as vias que devem passar por obras estão as avenidas 23 de Maio, Interlagos e a estrada do M’Boi Mirim (zona sul) e São Miguel (na zona leste).
A prefeitura não confirma, mas vereadores afirmam que serão desapropriados cerca de 7 mil imóveis para a realização das obras. O custo total do pacote de corredores é de R$ 4,7 bilhões. A prefeitura afirma que a verba virá do governo federal, por meio do PAC da Mobilidade.
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A licitação para a construção dos corredores foi vetada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município). A prefeitura aposta que vai conseguir reverter a decisão até a segunda votação do projeto de lei.
Base aliada de Haddad ainda demonstra insatisfação
Vereadores da base de sustentação ao prefeito Fernando Haddad (PT) na Câmara ainda demonstram insatisfação com o tratamento dado pelo Executivo aos parlamentares.
A avaliação é de que Haddad cometeu dois erros graves nos últimos meses: a indicação do ex-secretário de Governo João Antonio para o TCM (Tribunal de Contas do Município) em detrimento do líder do governo na Casa, vereador Arselino Tatto (PT), e a escolha de Ricardo Teixeira, que deixou o Verde e Meio Ambiente, para assumir a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.
Em ambos os casos, o prefeito gerou um mal estar com a própria bancada do PT. No caso das Subprefeituras, Haddad tirou do partido uma secretaria vista como essencial no relacionamento com a população e a entregou para um ex-tucano, já que Teixeira deixou o PSDB para se filiar ao PV.
Os erros cometidos pelo prefeito têm impactado diretamente no funcionamento do Legislativo. Sem um canal de diálogo eficiente com a base aliada, o governo enfrenta dificuldade para aprovar projetos vistos como essenciais pela atual administração, como o alargamento de vias para construção de corredores ônibus e o PDE (Plano Diretor Estratégico).
Parlamentares da oposição afirmam que a Casa está imobilizada. Ainda não foram definidas as composições de comissões importantes, como Política Urbana e Finanças. As análises dos projetos apresentados são feitas pela composição do ano passado. Além disso, não foram definidas novas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito). Apenas a investigação da emissão de alvarás na cidade está em andamento.