
Um incêndio destruiu, na madrugada desta terça-feira, o prédio do Centro Cultural do Liceu de Artes de Ofícios de São Paulo.
O fogo atingiu toda a estrutura interna, inclusive obras de arte e equipamentos culturais. Os bombeiros dizem acreditar que um curto-circuito provocou o incêndio, mas somente uma perícia vai definir a causa das chamas.
Ninguém ficou ferido. A Defesa Civil pretende realizar uma vistoria no prédio em busca de respostas para o ocorrido.
Alvarás
Alguns dos mais importantes museus e centros culturais da capital paulista não têm alvará de funcionamento. Entre eles estão espaços como o MASP (Museu de Arte de São Paulo), o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca e o Centro Cultural São Paulo.
A falta de documentação veio à tona após o incêndio no Memorial da América Latina, que há 20 anos aguarda a liberação do documento pela prefeitura paulistana, mesmo tendo cumprido todas as exigências feitas em vistorias no local antes mesmo do acidente, explica o presidente do espaço, João Batista.
“O Memorial já tentava tirar o alvará desde 1993. A prefeitura mandou técnicos para vistoriar o Memorial inteiro. E fez várias exigências e nós atendemos todas”,
A BandNews FM conversou com a secretária municipal de licenciamentos, Paula Motta Lara, para tentar entender o porquê da demora em liberar o alvará para esses espaços.
“Do ponto de vista da legislação, ela é bastante minuciosa, ela é muito rigorosa e faz uma série de exigências, que é o que agora estamos nos propondo a rever. Do outro lado tem a questão da própria legislação. Por ela ser muito técnica, as pessoas têm dificuldade de entender”.
A prefeitura montou uma força tarefa e está revisando essa legislação para simplificar o entendimento, mas, enquanto isso, há pelo menos uma dezena de espaços públicos ainda aguardando o documento que permite o funcionamento.
Outro caso
Em novembro, o auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina também foi destruído por um incêndio. As chamas atingiram 90% do local. No acervo destruído estava a tapeçaria de Tomie Ohtake, que enfeitava a lateral do auditório.
Após o incêndio, a prefeitura informou que o Memorial não possuía o alvará de funcionamento. O espaço funcionava irregularmente há 20 anos.