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Jovem baleado em manifestação em SP sai do coma induzido

O jovem baleado durante a manifestação do último sábado em São Paulo saiu do coma induzido, mas permanece sedado. Fabricio Proteus, de 22 anos, continua com sua saúde em estado grave, mas não houve piora nas últimas horas, segundo os médicos.

Leia também: Estilete era instrumento de trabalho, diz irmão de jovem baleado

Fabrício levou dois tiros – um no ombro e outro na coxa – de policiais. Segundo boletim de ocorrência, ele estaria com uma bomba em sua mochila e teria agredido um oficial da Polícia Militar com um estilete.  A família nega as acusações. Um parente explica que o estilete era utilizado pelo jovem em seu trabalho, por isso carregava o material. Familiares também desmentem que Fabrício integre o grupo “Black Bloc”, acusado dos atos de vandalismo no sábado.

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Dois oficiais da PM guardam o quarto onde está o jovem, que será indiciado por lesão corporal e desobediência.

Corregedoria

A Secretaria da Segurança Pública informou que a Corregedoria da Polícia Militar investigará os três policiais que fizeram parte da abordagem que terminou com um manifestante baleado, na noite deste sábado, dia 25, em São Paulo. A vítima foi atingida por dois tiros de PMs e está internada em estado grave.

Segundo a secretaria, Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves fazia parte do grupo «black bloc» e resistiu à abordagem. «Próximo a um posto de gasolina, o homem sacou um estilete que estava no bolso da calça e se voltou contra um dos PMs. Neste momento, os policiais atiraram e o suspeito caiu no chão», diz a nota divulgada neste domingo.

Fabrício foi socorrido pelos próprios policiais e levado à Santa Casa, na região central. O jovem deu entrada na noite de sábado e se encontra na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em estado grave. Ele foi baleado com um tiro no tórax e outro na genitália. Durante a madrugada, passou por cirurgia, mas o ferimento na pélvis levou à perda de um dos testículos.

O outro rapaz que estava com ele tentou fugir, mas foi capturado e levado para o 4º DP (Distrito Policial), no bairro Consolação. O delegado requisitou exame pericial para o local e para os objetos apreendidos e exame residuográfico para os policiais militares. A PM informou que a ocorrência foi registrada como resistência, lesão corporal e desobediência.

O procedimento adotado pelos policiais, ao socorrer o jovem, contraria uma resolução da Secretaria de Segurança, de janeiro de 2013, que orienta a não remoção de pessoas feridas em confronto. Segundo a norma, o transporte deve ser feito preferencialmente pelo serviço médico de emergência. A medida visa a impedir a descaracterização da cena da ocorrência. O órgão destaca, no entanto, que a remoção pode ser feita caso não haja serviço de emergência disponível ou a espera seja muito longa.

Saldo do protesto
O protesto contra os gastos públicos na Copa do Mundo de Futebol reuniu cerca de 2,5 mil pessoas. A passeata partiu da Avenida Paulista por volta das 17h e no início da noite chegou ao centro da cidade, onde houve confronto entre policiais e manifestantes. Na tarde deste domingo, dia 26, a secretaria atualizou o número de detidos para 135. Doze eram adolescentes. Todos foram liberados durante a madrugada após prestar depoimento.

Os detidos respondem por dano, localização e apreensão de objetos irregulares, lesão corporal, resistência, porte de arma e de droga, dano qualificado e furto. A manifestação, marcada para o dia da festa dos 460 anos da cidade, foi a primeira do ano da Copa do Mundo no Brasil.

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