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Brasil quer ser aliado econômico de Cuba, diz Dilma

Presidente Dilma durante encontro com Raul Castro | Roberto Stuckert Filho/PR/Reuters
Presidente Dilma durante encontro com Raúl Castro | Roberto Stuckert Filho/PR/Reuters

Dilma Rousseff declarou nesta segunda-feira que o Brasil quer ser um «aliado econômico de primeira ordem para Cuba», durante a inauguração, junto com Raúl Castro, do primeiro «megaporto» do Caribe em Mariel, 45 km a oeste de Havana.

O governo brasileiro financiou com 802 milhões de dólares a primeira etapa deste projeto conjunto, a maior obra de infraestrutura de Raúl Castro, e desembolsará outros 290 milhões de dólares para viabilizar uma zona franca comercial e industrial neste porto.

«O Brasil acredita e aposta no capital humano de Cuba», disse Dilma. A presidente destacou que o «Brasil deseja ser um aliado econômico de primeira ordem para Cuba». O país é o segundo sócio comercial de Cuba na região, depois da Venezuela.

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Primeiros 702 metros de cais

Os primeiros 702 metros do cais de Mariel e quatro gruas para contêineres já estão operando no porto, que absorverá mais à frente todo o tráfico de carga de Havana, cuja baía ficará reservada para cruzeiros.

Raúl Castro agradeceu o apoio brasileiro no projeto, que abre a possibilidade de que Mariel se transforme em ponto de reembarque por outros países, embora o embargo norte-americano sobre Cuba possa complicar sua operação.

A fase seguinte do projeto implica a ampliação dos cais e a construção de una zona franca comercial e industrial, para qual Cuba está buscando investidores estrangeiros.

Com este fim, Raúl Castro se propõe ditar em março uma nova lei de investimentos estrangeiros com o objetivo de dar maior autonomia às empresas estrangeiras na ilha, que vêm operando em sociedade com o Estado cubano.

«Nós financiamos (…) nesta primeira fase 802 milhões de dólares em bens e serviços e também envolvemos neste processo cerca de 400 empresas brasileiras», disse Dilma.

«Na segunda etapa, financiaremos 290 milhões de dólares para a implantação da zona especial de desenvolvimento de Mariel que se transformará na chave para a promoção do desenvolvimento econômico cubano», acrescentou.

A presidente destacou que «mesmo sendo submetido ao injusto bloqueio econômico (norte-americano) Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe».

A presidente destacou que Mariel – cujo canal de acesso e baía terão 18 metros de profundidade – «poderá acolher barcos super Postpanamax», capazes de transportar mais de 12.000 contêineres, o que barateia o custo do transporte marítimo.

Esses enormes navios também começarão a cruzar o Canal do Panamá quando forem concluídos os trabalhos de ampliação da via interoceânica em 2015, o que funcionários cubanos acreditam que beneficiará Mariel.

Contudo, o embargo norte-americano pode complicar estas projeções já que, entre outras restrições, impede que os mercantes que atracaram em Cuba naveguem diretamente a portos dos Estados Unidos.

Participaram da cerimônia de inauguração os presidentes da Bolívia, Evo Morales; Venezuela, Nicolás Maduro; Haiti, Michel Martelly; Guiana, Donald Ramotar; e a primeira-ministra de Jamaica, Portia Simpson-Miller.

A cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) acontecerá na terça e na quarta-feira em Havana.

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