Cerca de 200 mil opositores pró-europeus protestaram ontem, na Praça da Independência, em Kiev, desafiando novas leis que visam a erradicação das mobilizações contra o governo.
ANÚNCIO
O ato, o maior deste ano em um ciclo de protestos na ex-república soviética nos últimos dois meses, reacendeu o movimento contra o presidente Viktor Yanukovich, que em novembro rejeitou um acordo com a União Europeia.
Enfrentando temperaturas abaixo de zero grau, os opositores se reuniram dentro e nas imediações da praça contra as novas leis. As medidas proíbem os protestos no centro de Kiev, a instalação de barracas em espaços públicos, o bloqueio de prédios estatais, a organização de carreatas e o uso de máscaras nas manifestações.
Manifestantes às margens de um comício entraram em confronto com a polícia de choque. Segundo informações de agências internacionais, quatro das dezenas de feridos estão em estado grave. O Ministério do Interior informou que ao menos 30 policiais ficaram feridos.
O pugilista Vitaly Klitschko, um dos principais líderes da oposição e oradores no protesto principal, tentou impedir que os manifestantes atacassem a polícia, mas eles não recuaram e continuaram a atirar objetos contra tropa de choque, informou a “Reuters”.
Líderes da oposição anunciaram um plano para levantar assinaturas das pessoas que expressam nenhuma confiança em sua liderança e no Parlamento. Eles apelaram para movimentos para estabelecer uma estrutura paralela, incluindo uma assembleia do povo e uma nova constituição. A iniciativa foi denunciada como inconstitucional na quinta-feira no Parlamento por apoiadores de Yanukovich.