Após mais um dia de protesto de moradores da favela do Metrô, na Mangueira, zona norte, a prefeitura resolveu mudar os rumos da demolição das casas na comunidade. No início da noite de ontem, o município informou, em nota, que irá realizar o cadastramento das famílias que estavam no local até o início da operação de demolição e também prometeu que todas terão direito a receber o aluguel social até a entrega de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.
A decisão foi tomada em uma reunião entre representantes da Secretaria Municipal de Habitação, da subprefeitura da zona norte, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de pessoas que moram nos imóveis a serem demolidos. Segundo moradores, 18 famílias, quase 100 pessoas, não têm para onde ir.
De acordo com a prefeitura, parte das casas remanescentes da comunidade foram ocupadas após o reassentamento de 662 moradores originários da favela, processo que começou em 2010. Essas famílias receberam imóveis do programa federal.
Ontem, um novo protesto acabou interrompendo a circulação dos trens da Linha 2 do metrô durante dez minutos, entre as estações de Triagem e São Cristóvão. Segundo a concessionária que administra o serviço, a energia teve de ser cortada por motivos de segurança, porque manifestantes jogaram entulho e tijolos na linha férrea.
A segurança na região foi reforçada com PMs do Batalhão de Choque. No protesto, até o protético Eron Morais de Melo, que se veste de Batman em manifestações pela cidade, apareceu para dar apoio aos moradores da comunidade. “Venho por causas justas, por aquilo que é certo”, disse à TV Band.
A prefeitura ainda informou que o trabalho de demolição dos imóveis e de retirada dos escombros deve durar cerca de um mês. A área será reordenada para receber o Polo Automotivo Mangueira, que vai concentrar atividades comerciais e serviços para o setor. O comércio da região só será retirado quando o polo for inaugurado.