O prefeito Fernando Haddad (PT) terminará o primeiro mês de 2014 fazendo contas para não chegar em dezembro repetindo o balanço feito a aliados no final de 2013, quando definiu como “perdido” o primeiro ano de seu mandato.
A avaliação foi feita levando em conta a baixa capacidade de investimento da prefeitura, que não conseguiu ultrapassar a marca de R$ 3,4 bilhões, a mesma da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), em 2012, e bem distante da meta de R$ 6 bilhões por ano, anunciada por Haddad.
Ele definirá nos próximos dias quais secretarias terão cortes no Orçamento, após o STF manter a suspensão do aumento de até 35% no IPTU para este ano.
Com um reajuste de 5,6%, a correção da inflação, a prefeitura deve arrecadar R$ 800 milhões a menos com o imposto.
No entanto, o impacto no caixa será muito maior, segundo ele. A previsão é de que o corte em investimentos pode chegar a R$ 4 bilhões. Apenas os aportes em Saúde e nos corredores de ônibus devem ser poupados, evitando um desgaste político ainda maior.
Haddad afirma que o corte de R$ 4 bilhões ocorrerá porque a prefeitura não terá como garantir as contrapartidas a investimentos do governo federal.
A saída vista pela prefeitura para retomar a capacidade de investimento é a renegociação da dívida de São Paulo com a União. Hoje, esse montante chega a R$ 56 bilhões.
Mas para isso, é preciso mudar o indexador da dívida, que passaria do IGP-DI mais 9% ao ano para o IPCA mais 4% ao ano ou a Selic (taxa básica de juros). A medida depende de aprovação no Congresso Nacional.
Em 20013, após sinalizar que daria sinal verde para a aprovação da mudança, o governo federal recuou e deixou para este ano a definição sobre o tema.
Em 2013, corte foi de R$ 5,2 bi
Ao assumir a prefeitura em janeiro de 2013, Haddad congelou R$ 5,2 bilhões do Orçamento de R$ 42 bilhões deixado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
À época, o prefeito disse que medida foi adotada porque a previsão de arrecadação da administração anterior não seria atingida. Assim, o Orçamento foi reduzido para R$ 36,8 bilhões.
O congelamento só não atingiu as áreas da Saúde e Educação. As emendas de vereadores sofreram um corte de R$ 700 milhões.