Os Estados Unidos estão prontos para uma intervenção militar na Síria, faltando apenas o aval do presidente Barack Obama. A ação, em parceria com aliados ocidentais, deve ocorrer nos próximos dias, atingindo alvos específicos com mísseis.
“Já realizamos movimentos no local para sermos capazes de cumprir qualquer decisão que o presidente tome”, afirmou o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, em entrevista à BBC. “Estamos prontos.”
Não há um prazo para a operação, mas, segundo fontes da oposição síria reunidas na Turquia, a ofensiva deve ser realizada em breve.
A Casa Branca ressaltou que a intervenção não tem por objetivo derrubar o regime de Bashar Al Assad. De acordo com reportagem do “The New York Times”, a meta tampouco é atingir os lugares onde são armazenadas as armas químicas.
A maioria dos analistas espera ações “cirúrgicas”, com bombardeios aéreos em bases militares das tropas sírias. Outra possibilidade é que sejam usados apenas mísseis de cruzeiro, disparados a partir de navios e submarinos posicionados na região. “Essa é uma forma de evitar eventuais baixas do próprio lado”, lembra o analista sueco independente Aron Lund.
Aliados
Caso Obama autorize a intervenção na Síria, ele terá o apoio da França e do Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, interrompeu suas férias para tratar do assunto. O parlamento do país debate, amanhã, a autorização para uma intervenção.
Na França, o mandatário François Hollande apoiou a iniciativa. “Estamos prontos para punir os que tomaram a decisão de atacar essas pessoas inocentes com gás”, declarou. Os EUA também têm o suporte da Turquia, da Liga Árabe, do Canadá e da Austrália.
Ainda assim, a operação pode trazer uma série de riscos. “Os aliados da Síria (como o Hezbollah, no Líbano) poderiam orientar ataques a alvos americanos, mesmo sem reconhecer a autoria”, diz Aron Lund.