Toda vez que o Dia das Mães se aproxima, mensagens de gratidão, amor e celebração abundam. No entanto, para muitas pessoas, este dia também desperta emoções difíceis, silêncios dolorosos e feridas não resolvidas. O que acontece quando seu relacionamento com sua mãe é marcado por ausência emocional, exigências ou até mesmo dor? E se você também cometesse erros nesse processo? A questão se torna inevitável: você deve pedir perdão àquele que lhe deu a vida?
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Não há uma resposta universal. O que existe é uma verdade dolorosa: curar o vínculo materno pode ser uma das tarefas emocionais mais complexas de nossas vidas. Mas também uma das mais libertadoras.
A ferida materna e o peso do silêncio

De acordo com especialistas do The Attachment Project, a “ferida materna” ocorre quando a mãe oferece cuidados físicos, mas não apoio emocional. Ou seja, eles podem alimentá-lo, dar-lhe banho ou tratar de um ferimento, mas não podem lhe oferecer a segurança, o cuidado e o calor necessários para se sentir verdadeiramente amado. Embora o termo não seja tão popular quanto “problemas com o pai”, essa ferida pode afetar profundamente nossos relacionamentos adultos, semeando dúvidas sobre nosso valor, nossa confiança nos outros e nossa segurança no mundo. Reconhecer e curar não é fácil, mas com o apoio certo e ferramentas práticas, isso pode ser feito.
Às vezes, em meio a essa dor, também carregamos culpa. Porque respondemos friamente, porque nos afastamos ou porque, numa tentativa de sobreviver emocionalmente, fomos prejudiciais.
Perdoar e pedir perdão não é o mesmo que justificar

Pedir perdão não significa minimizar sua dor. Não se trata de dizer “nada aconteceu” ou justificar o injustificável. É um ato consciente que vem do amor próprio e da compaixão. É reconhecer suas próprias sombras, assumir a responsabilidade por suas palavras ou ações e abrir a porta, mesmo que um pouco, para a compreensão.
Mas atenção: o perdão nunca deve ser sentido como uma obrigação ou como um ato imposto pelas expectativas dos outros. Você não precisa carregar o fardo do que os outros esperam de você, nem disfarçar o que ainda dói como reconciliação. Perdoar nem sempre significa voltar atrás, muito menos reviver o que um dia te machucou. E se um dia você decidir estender a mão e dizer “me desculpe”, que seja com a paz que a maturidade emocional lhe dá, nunca com a culpa.
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Como pedir perdão conscientemente?

Conheça a si mesmo antes de confrontar: identifique qual parte do relacionamento está lhe causando desconforto, quais feridas são suas e quais pertencem a ela. Fazer terapia pode ajudar você a separar a culpa da responsabilidade.
Faça isso por empatia, não por expectativa: peça desculpas pelo que você fez, sem esperar que ela faça o mesmo. Sua mãe pode não reagir da maneira que você espera, e isso também faz parte do processo.
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Escolha o momento e as palavras com cuidado: você pode dizer algo como: “Reconheço que agi por dor. Não justifico minhas palavras e quero me desculpar por qualquer dano que possa ter causado a você.” Clareza e honestidade curam mais do que longos discursos.
Não se esqueça de perdoar a si mesmo também: muitas vezes somos mais duros conosco do que com aqueles que nos machucam. Abraçar sua história com compaixão é uma parte fundamental da jornada.