Estilo de Vida

Club House, uma rede social para escutar

Nova plataforma virtual que só aceita convidados chama atenção ao permitir horizontalidade entre os usuários e por conectar pessoas dentro e fora da rede. Convites para o ‘clube’ estão sendo vendidos na internet por até R$ 100

Unsplash

Correndo, lavando louça,  sentado no sofá ou naquela madrugada sem sono. Em qualquer lugar, hora e fazendo qualquer coisa, é possível se conectar pelo ClubHouse, mais nova rede social que está dando o que falar.

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Feito para exercitar bocas e ouvidos, o aplicativo ganha mais adeptos a cada dia. A proposta é simples: juntar pessoas em uma sala de bate papo para discutir os mais variados assuntos.

Esqueça, porém, a estrutura clássica de conversas online (quem aí lembra do ICQ?). Aqui, não há trocas de textos, nem possibilidade de envio de arquivos ou uso da câmera. Apenas com o microfone, o aplicativo é como um podcast ao vivo. Para os mais tradicionais, um programa de rádio.

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E entrar nesse clube pode ser um desafio. É preciso ter um aparelho com sistema iOS (iPhone ou iPad) e receber um convite de algum amigo que já esteja na rede. A exclusividade fez com que entradas fossem comercializadas online, em portais como Mercado Livre, por até R$ 100.

Desde que foi lançado, em abril do ano passado, mais de 6 milhões de pessoas já entraram para o ClubHouse. Depois do cadastro feito, é possível seguir pessoas da sua lista de contatos, ver de quais salas elas estão participando e sobre o que falam. Para os tímidos: calma! Não necessariamente é preciso falar. A maioria das pessoas participam do app como ouvintes.

Agora, se é para colocar tudo pra fora, não faltam oportunidades. O publicitário Victor Drummond, 38 anos, mudou sua rotina após aderir ao ClubHouse – ou “CH”, para os íntimos.

“Antes a minha rotina era acordar, ter horas de aulas de inglês para aperfeiçoar o acento britânico, trabalhar, responder e-mails e ler um livro. Hoje, eu faço metade da minha aula, trabalho e respondo e-mails e leio metade do que lia antes. Modero todos os dias ao menos duas salas no app. Ele está entre os organizadores de um bate papo que tem reunido 300 pessoas em todas as sessões. O assunto? “Sou gay. E agora?”

“É um espaço para ouvir as pessoas. O aplicativo veio em um momento [de pandemia e distanciamento social] onde o ser humano precisa socializar”, afirma Drummond, que já travou bons diálogos com grandes nomes, como a vereadora de São Paulo Erika Hilton (Psol) e o vocalista da banda Detonautas Rock Clube, Tico Santa Cruz.

Morando em Londres desde 2009, o publicitário também aproveita o espaço para retomar diálogos com os brasileiros.

Expandindo conexões

Com menos de um ano de lançamento, o ClubHouse atingiu US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões) de valor de mercado. Agora, a plataforma caminha para absorver  também o uso corporativo, potencializando o mundo dos negócios.

O consultor de marketing João Bogado, de 21 anos, conta que sua atuação na rede social tem sido positiva para sua carreira e, inclusive, ajudado nos negócios fora da telinha. Seu programa diário, “Café com Marketing”, recebe mais de mil pessoas por dia – com alcance total de mais de 100 mil usuários.

Para ele, os números pouco importam. “O mais importante é a qualidade dos participantes que privilegiam quem está produzindo conteúdo e movimentando a rede. É esse diferencial de se falar e ouvir”, analisa.

A ETIQUETA DO CLUBHOUSE

1

Se você está entre os ouvintes e quer se manifestar, é preciso clicar em um botão para “levantar a mão”. O moderador responsável pela sala precisará aceitar sua intervenção e, então, você subirá ao painel dos falantes para compartilhar seu ponto de vista

2

Se já está entre os falantes, uma maneira de pedir a voz no debate é apertando repetidamente o botão do microfone, para ele piscar.  Assim, o moderador entenderá que você quer falar e te chamará. O piscar do microfone” também é interpretado na rede como aplausos

3

Enquanto está ouvindo,
deixe o microfone no mudo

4

É empolgante dividir sala com ídolos e personagens
que você nunca imaginou conversar, mas não
monopolize o microfone e deixe outras pessoas falarem.

5

Saiba ouvir. Prestar atenção no que os outros têm a 
dizer é muito enriquecedor

6

Ao falar, preste atenção ao som de fundo, como televisão ligada ou outras pessoas falando atrás.  É melhor ficar num local silencioso

7

Ao entrar no ClubHouse, você recebe convites para chamar novos amigos. Mas tenha cuidado: seu nome ficará ligado a estes usuários e, se algum deles fizer algo errado, você pode acabar sendo banido também

O ‘QUEM É QUEM’ nas salas de bate-papo:

Cada sala é separada por:

Moderadores: que organizam e convidam pessoas para falar. Eles podem subir e descer pessoas para o “palco” ou para “plateia”. São os responsáveis por manter a sala organizada e a discussão saudável

Speakers (ou, em português, os “falantes”): são as pessoas convidadas para falar na sala e para integrar o “palco”

Ouvintes: são separados em dois grupos. O primeiro é organizado entre os ouvintes da plateia seguidos pelos moderadores e speakers. O contato com a galera do “palco” pode dar mais visibilidade e chances de contribuir com alguma fala dentro da conversa. Já o segundo grupo de ouvintes é composto pelo público geral que ainda não construiu pontes com os demais. Tudo tem sua hora!

Por trás do app

O ClubHouse foi uma ideia do empresário do Vale do Silício Paul Davidson e do ex-engenheiro do Google Rohan Seth. No ar desde abril de 2020, o app  reunia 1,5 mil usuários um mês depois. Em 2021, a história mudou bastante: cerca de 6 milhões de pessoas estão na plataforma. Com a pandemia de covid-19, o lugar se mantém como um espaço seguro para socializar e conhercer mais pessoas.

QUEM ENTROU NO CLUBHOUSE?

Elon Musk

Anitta

Oprah Winfrey

Mark Zukerberg

Felipe Neto

Tatá Werneck

Preta Gil

Tico Santa Cruz

Erika Hilton

Ashton Kutcher

Emicida

Kevin Hart

* Supervisão Luccas Balacci

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