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Aulas devem ser presenciais, defendem pediatras americanos

Associação Americana de Pediatria divulgou recomendações que apontam a importância da presença das crianças nas escolas

Nos Estados Unidos, a Associação Americana de Pediatria divulgou orientações para a reabertura das escolas. Para a entidade, o ensino remoto traz inúmeros riscos para as crianças – por isso, sua recomendação é de que as aulas devem ser presenciais. A Associação destaca que as aulas a distância não garantem o aprendizado e agravam problemas, como a dificuldade de identificar déficit de aprendizagem, o aumento de abusos físicos e sexuais de crianças e adolescentes e a falta de apoio a alunos que enfrentam uso de substâncias, depressão ou ideação suicida. 

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Em entrevista ao jornal The New York Times, Sean O’Leary, especialista em doenças infecciosas pediátricas que ajudou a escrever as orientações da Associação Americana de Pediatria, explicou por quais motivos a entidade afirma que as aulas devem ser presenciais. “Como pediatras, muitos de nós já reconhecem o impacto que o fechamento das escolas, mesmo que por uns meses, teve nas crianças”, disse o especialista. “Ao mesmo tempo, muitos de nós somos pais. Experimentamos nossos próprios filhos participando do ensino online. Não havia muito ensino acontecendo”, afirmou. 

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Segundo ele, estudos que estão sendo realizados durante a quarentena demonstram essa realidade, o que foi levado em consideração para a Associação declarar que as aulas devem ser presenciais. Ele também cita o papel das crianças na transmissão do coronavírus. “O que temos visto até agora na literatura – e também em relatos – é que as crianças realmente parecem ser menos propensas a pegar a infecção e a espalhar a infecção. Parece ser ainda mais verdadeiro para crianças menores de 10 ou 12 anos”, falou O’Leary. 

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As medidas recomendadas pela Associação para dentro da escolas também chamaram atenção por um ponto: enquanto a recomendação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) é que se mantenha a distância de dois metros de outras pessoas, a entidade sugere que um metro entre as mesas nas salas de aula seria suficiente, particularmente se os alunos estiverem de máscara e assintomáticos. A justificativa é que os dois metros não seriam viáveis em muitas escolas, que teriam que limitar o número de alunos. “Quando você inclui outras medidas de enfraquecimento [do coronavírus], como usar máscaras, particularmente para crianças mais velhas, e lavagem frequente das mãos, você pode diminuir o risco”, comentou O’Leary. 

“Não vou vir aqui dizer que tudo será perfeito no próximo ano escolar. Haverá casos de Covid-19 em escolas mesmo onde houver os melhores esforços. Mas nós temos que comparar isso com a saúde em geral das crianças”, explicou O’Leary. “Reabrir as escolas é tão importante para as crianças, mas também para a comunidade toda. Tanto do nosso mundo depende de crianças estarem na escola e pais estarem disponíveis para trabalhar. Tentar trabalhar de casa com as crianças está desproporcionalmente impactando as mulheres. Então vai além somente da saúde da criança – que, é claro, é muito importante”, declarou. 

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