Estilo de Vida

Doação de leite materno pode salvar vidas de bebês prematuros

O leite materno ajuda o bebê prematuro a ganhar peso mais rápido, se desenvolver com mais saúde e se proteger de infecções

A doação de leite materno de mulheres infectadas pelo novo coronavírus pode ajudar no tratamento para as formas graves da Covid-19. Essa foi a descoberta de cientistas da Escola de Medicina Icahn Mount Sinai, em Nova Iorque, após estudarem o alimento mais completo e feito especialmente para bebês humanos. O estudo observou que no leite há uma grande quantidade de um anticorpo chamado sIgA específico no combate à doença e que tem o potencial de ser utilizado no tratamento da COVID-19.

«Enquanto cientistas tentam descobrir uma vacina e tratamentos efetivos para essa doença, o corpo da mãe infectada, mais que sabiamente, busca proteger o seu bebê por meio da produção de anticorpos – não só esses que talvez possam ser usados contra a Covid-19, mas também anticorpos de outros tipos, pelo aleitamento», afirma a médica Talita Rizzini, coordenadora da Pediatria do Hospital Leforte, de São Paulo. Não à toa, o leite materno é considerado um alimento vivo que se transforma de acordo com as fases e necessidades da criança, diz ela.

O mês de maio é marcado pelo Dia Nacional de Doação de Leite Humano (dia 19), data criada com o intuito de estimular a doação de leite materno e promover o conhecimento sobre os Bancos de Leite.

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Contra o coronavírus os seus benefícios ainda estão em estudo, mas para os bebês prematuros o leite humano é fonte de vida e sobrevivência.

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A pediatra recorda que nesta época de pandemia, o estímulo ao aleitamento materno e a promoção da doação são ainda mais importantes visto que, com as medidas adotadas para controle da Covid-19, os estoques de leite caíram muito. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, cerca de 330 mil crianças nascidas a cada ano são prematuras ou têm baixo peso e precisam da doação de leite materno para sobreviver.

«As evidências científicas indicam que bebês prematuros e/ou com patologias que se alimentam de leite humano no período de privação da amamentação natural po[ssuem mais chances de recuperação e de terem uma vida mais saudável», relata Talita. Segundo informa a Rede Global de Bancos de Leite Humano, no site da Fiocruz, o leite materno ajuda o bebê prematuro a ganhar peso mais rápido, se desenvolver com mais saúde e fica protegido de infecções. E o modelo brasileiro para Bancos de Leite Humano (BLH) é referência internacional, aliando baixo custo e alta tecnologia, sendo adotado por 22 países ao redor do mundo.

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Lembrando que toda mulher que amamenta é uma potencial doadora de leite. Para se ter uma ideia da dimensão da importância na vida dos pequenos, um litro de leite materno doado pode alimentar até dez recém-nascidos por dia.

A depender do peso do prematuro, um mililitro (1 mL) já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado. Por isso, se você está amamentando, mas tem dúvidas e não sabe como proceder para doar seu leite, entre em contato com o Banco de Leite da sua cidade para orientação.

No Brasil, apenas 45% das crianças estão em aleitamento materno com um ano de idade, segundo dados do IBGE de 2013. Sendo que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de amamentar até pelo menos dois anos de idade. A amamentação, portanto, é peça-chave para um desenvolvimento excelente na primeira infância por seus inúmeros benefícios. «Os desafios ainda são muitos na promoção e incentivo a essa prática. Falar sobre esse tema nunca é demais. Leite materno é vida. Amamente. E, se puder, doe»,finaliza a pediatra.

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