Estilo de Vida

Automedicação: saiba quais são os riscos à saúde que essa prática pode trazer

Tomar remédios por conta própria pode ocasionar episódios de grandes riscos à saúde, entre os quais, alergias e intoxicações

Quem nunca apelou à caixinha de remédios caseira ao sentir uma dor ou incômodo no corpo? Se automedicar – sem procurar orientação de um profissional de saúde – é uma prática comum no Brasil. Um estudo feito pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), em 2019, revelou que cerca de 80% da população fez uso de automedicação nos seis meses anteriores à pesquisa, quase metade se automedicou pelo menos uma vez por mês e um quarto (25%) o fez todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

Até mesmo para as crianças, acontece dos próprios pais darem remédios aos filhos sem consultar o pediatra. A «consulta» é feita por outros meios: na internet, no grupo de mensagens de familiares, com a amiga que deu para o filho dela e «funcionou» e por aí vai.

Em tempos de quarentena, em que a orientação é para ficar em casa e somente procurar serviços de saúde em casos de extrema necessidade, esse hábito pode se tornar ainda mais corriqueiro – e, o pior, prejudicar ainda mais a saúde da criança ou do adulto que ingeriu o remédio. «É um conjunto de situações que leva a uma falsa sensação de segurança, mas que pode ocasionar episódios de grande risco e até mesmo emergência», afirma Talita Rizzini, coordenadora da pediatria do Hospital Leforte, em São Paulo.

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Entre os medicamentos mais utilizados, Talita cita analgésicos, antitérmicos, antiinflamatórios, xaropes para tosse e alergia, corticoides, descongestionantes e até antibióticos, que só podem ser vendidos com receita médica, norma porém nem sempre cumprida com rigor.

Abaixo, a pediatra cita os principais problemas que a medicação sem consulta a um profissional de saúde pode provocar. Confira:

Intoxicação medicamentosaum terço das intoxicações registradas anualmente no Brasil ocorrem por uso indevido de medicamentos e, em pouco mais de um terço dos casos, esses acidentes acontecem na faixa etária até os cinco anos.

Alergias: erupções cutâneas leves, urticária e anafilaxia (reação alérgica grave e de rápida progressão) que pode levar à morte por asfixia são alguns dos sintomas alérgicos que podem surgir logo após tomar o medicamento, ou mesmo dias ou semanas depois. Pode ocorrer também de um remédio provocar alergia após tempo continuado de uso, daí a importância do acompanhamento médico constante.

Atraso de diagnóstico: o uso de remédios por conta própria pode mascarar sintomas e atrasar o diagnóstico de condições de saúde mais sérias, retardando a busca pelo serviço médico e, consequentemente, do tratamento adequado.

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Resistência bacteriana: há uma associação direta entre o uso excessivo e incorreto dos antibióticos e o aumento de bactérias resistentes. Esse é, inclusive, uma dos dez maiores problemas de saúde global.

Sendo assim, Talita ressalta ser fundamental ter informações adequadas sobre o uso correto dos medicamentos, para que possam ser utilizados de modo preciso, eficaz e seguro. Ela explica que ter remédios em casa é permitido, desde que haja sempre o cuidado de consultar um médico antes de tomar qualquer medicação. Além disso, é importante manter os remédios em local que garanta a sua conservação e fora do alcance das crianças. Checar o prazo de validade periodicamente também é necessário. «Tomados todos esses cuidados, a farmacinha domiciliar pode ser de muita ajuda, mas diante de qualquer sintoma e antes de usar qualquer medicação, o melhor a fazer é procurar o contato com um médico – o pediatra, no caso das crianças – para evitar contratempos», relata Talita. Ela explica que somente esse profissional conhece os episódios anteriores e os padrões de saúde do paciente, sendo portanto, a melhor pessoa para dar orientações.

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