O mundo das tatuagens passou por grandes mudanças de alguns anos para os dias de hoje. A diminuição do preconceito, a melhora dos materiais e as redes sociais difundiram a profissão, os serviços e a criação de estilos, o que têm gerado uma reflexão para os artistas.
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Os vários tatuadores que vieram à nona edição da Tattoo Week, evento recebido pelo São Paulo Expo no último fim de semana, conversaram com o Metro Jornal sobre o panorama atual desta função e dos seus produtos artísticos.
Milhares de estilos
Realismo, tribal, aquarela, old-school, maori, pontilhismo e assim vai. Desde que o público da tatuagem começou a se formar, mais artes foram criadas. Segundo o tatuador chileno e especialista no realismo em preto e branco Stefano Alcantara, a sua profissão vive uma espécie de «Renascimento» atualmente.
O russo Goshan Moscowsky, que domina o realismo colorido, complementa essa visão ao afirmar que «o limite foi atingido». Ele explica: «Não há como inventar algo novo, pois todas as técnicas já foram provados. A única coisa que pode ser interessante é fazer um desenho incrível».
Tatuadores
A demanda gigantesca é boa para os profissionais do ramo, mas como em qualquer outra área pode gerar problemas, especialmente relacionados à saúde. O paulista de São Bernardo do Campo Naldo Contreras ressalta a importância de valorizar o próprio trabalho para que isso recaia sobre o cliente. «O tatuador precisa ter o seu preço, porque vai pagar estudo e material de qualidade», diz.
Também da região do ABC, Lincoln Vianna retoma o crescimento da tatuagem como obra, o que deve ser tratada como tal. «Era uma profissão que não era profissão até pouco tempo atrás. Hoje virou uma tendência. O tatuador necessita ter conhecimento de arte. Muitos pesquisam na internet o que fazer, mas ela não ensina a ter postura e ética. O respeito é o principal», afirma.
Tatuados
Um dos temas da Tattoo Week em 2019 foi a consciência ao se tatuar. Da mesma maneira que os artistas devem valorizar os clientes em meio a um clima de competição exacerbada, a informação é o que garante a esses últimos um novo visual seguro.
«Pesquise, se informe. Eu tatuo com amigos meus em outros países, porque considero que a arte deles é única e quero o melhor no meu corpo»diz Stefano Alcantara. «Não me preocupa muito por algo do momento e barato, que eu vá me arrepender. Temos que buscar algo de melhor qualidade porque só temos um corpo, não é uma roupa», completa.
O peruano Camilo Tuero foi outro que abordou a saúde, porém no quesito pós-tatuagem e remoção. «Mesmo que haja métodos para tirar, são caros e não muito acessíveis. Eu recomendo que as pessoas pesquisem sobre os estilos, o portfólio dos artistas, se os estúdios seguem as normas de segurança, etc. Depois de tatuado, também não se pode esquecer dos cuidados», aconselha.
Veja alguns momentos do Tattoo Week 2019: