Concluir o ensino superior já foi um diferencial na hora de se candidatar a uma vaga de emprego. Mas, com um mercado cada vez mais competitivo, fluência em línguas estrangeiras e, principalmente, uma especialização renomada no currículo, se somam à lista de pré-requisitos. O sistema educacional parece atento a esse movimento: nos últimos quatro anos, houve um crescimento de 25% no número de programas de pós-graduação no país, de acordo com dados do SNPG (Sistema Nacional da Pós-Graduação).
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“Ser pós-graduado se tornou critério básico para as empresas no momento de seleção”, explica a consultora de carreira sênior da Produtive, Marcia Oliveira.
Em uma crescente de opções, um objetivo definido é fundamental para não errar na escolha da pós. Os cursos de lato sensu e MBAs (Master of Business Administration) afunilam a formação do estudante em direção a uma área mais específica de atuação. Marcia indica essas especializações para quem quer focar no mercado de trabalho, uma vez que a pós em stricto sensu tem mais peso na área acadêmica.
Felipe Mota, de 26 anos, é um dos que seguiu esse caminho para ter mais valorização na área administrativa. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal Fluminense e, atualmente, no último ano do MBA em Marketing Estratégico na ESPM no Rio de Janeiro, Mota decidiu fazer uma especialização porque o mercado exigia ensinamentos que a faculdade forneceu de maneira superficial.
Em seu trabalho como analista de marketing na startup Trafega ele consegue aplicar o que aprende em sala de aula em seu dia a dia. “Nesse novo emprego, por exemplo, trabalho com marketing digital e análise de redes. Minha faculdade nem sequer abordou isso. No meu MBA, tenho uma aula específica para esse ramo de negócio”, conta.
Mota avalia que fazer MBA está sendo um bom investimento porque, além do aprendizado, as aulas o colocam em contato com pessoas de outras empresas e professores renomados, o que pode gerar até oportunidades na sua área de atuação.
Para quem deseja seguir na carreira acadêmica, os cursos de nível stricto sensu, como doutorado e mestrado, são as opções mais indicadas. A duração pode ser de um a quatro anos e, no fim, o aluno obterá o diploma de mestre ou doutor. Contudo, existem também o mestrado e o doutorado profissionais, voltados para o mercado de trabalho e organizações privadas e públicas.
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“Esse investimento tem sido muito valorizado na capacitação e estudos sobre o impacto positivo dos cursos para os profissionais mostram isso, uma vez que as empresas precisam de pessoas integradas com o mercado e a academia”, observa Rafael Souto, CEO da Produtive.
Para o Presidente da Comissão de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo, Fábio Daumas Nunes, o stricto sensu não é importante apenas para a área acadêmica. “Embora geralmente tenha uma abordagem menos prática, o aprofundamento do conhecimento que oferece é maior e contribui para a formação de um profissional com bom raciocínio clínico, conhecedor dos procedimentos mais atualizados da literatura daquela área”, explica.