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Cientistas conseguem reduzir colesterol de carne bovina usando selênio

O colesterol alto é um problema que afeta muitos brasileiros. Cientistas da USP (Universidade de São Paulo) encontraram um meio de diminuir isso: ao alimentar bois com suplementos de selênio, eles verificaram que o nível desse tipo de gordura abaixava. A ideia agora é investigar se o mesmo efeito poderia ser replicado em seres humanos.

O estudo analisou a reação do organismo de 63 bois confinados, durante 84 dias. Três grupos de animais eram alimentados com grão de milho e farelo de soja, além de concentrações de 0,3 mg de selênio orgânico a cada kg da ração. Outros três grupos se alimentavam com uma dieta rica em selênio inorgânico. E, por fim, um grupo menor não recebeu suplemento algum.

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Amostras de sangue foram colhidas mensalmente, até o abatimento. Com isso, os cientistas perceberam que, em relação aos bois que não se alimentaram com selênio, os grupos que haviam recebido o suplemento – orgânico ou inorgânico – reduziram em até 32,7% a concentração da enzima que regula o colesterol.

«Não havia relatos na literatura científica sobre o efeito direto do selênio na enzima do colesterol, a HMG-CoA redutase, em animais. Em humanos, até então só tinham sido observados efeitos indiretos, como a atividade e a expressão gênica da enzima. É a primeira vez que se constatou que o mineral é capaz de diminuir a produção dessa enzima», disse Marcus Antonio Zanetti, coordenador do estudo, à Agência Fapesp.

O selênio é um mineral presente na castanha-do-pará, na farinha de trigo e na própria carne bovina. Se o nutriente consegue esse feito com os bois, os cientistas acreditam que o colesterol humano também pode ser reduzido a partir de uma alimentação rica no mineral.

«Comprovamos que a suplementação com o mineral na dieta de bovinos também é capaz de reduzir a concentração dessa enzima que sintetiza o colesterol e causar a diminuição desse tipo de gordura no sangue e na carne desses animais. Mas não sabemos se o mesmo efeito que observamos nos animais ocorre em humanos, apesar de a via metabólica do colesterol ser a mesma nos dois casos», informou Zanetti.

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