Estilo de Vida

Mente e corpo contra o câncer de mama

Fazer terapia durante o tratamento ajuda paciente e família a se fortalecerem psicológica e emocionalmente para enfrentar a doença

Regiane Hepsanhol vive há quatro anos com câncer de mama Acervo pessoal

Receber o diagnóstico de câncer de mama pode ser chocante, assim como ter de passar pelo tratamento agressivo. Tudo isso acaba cobrando seu preço não apenas no corpo, mas na mente da mulher. Para lidar com as mudanças, é interessante fazer terapia e se fortalecer psicológica e emocionalmente.

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Segundo a psico-oncologista e presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, o ideal seria que as mulheres tivessem acesso a um terapeuta assim que recebessem o diagnóstico, “porque elas se veem tomadas por muitos sentimentos: medo, dor e a questão da morte, ainda muito atrelada ao câncer”, explica.

Ela defende que a terapia é o lugar para ajudar a mulher a enfrentar esses sentimentos e se preparar para o tratamento por vir. “Porque triste a paciente pode ficar, mas essa tristeza não pode se transformar em depressão porque uma depressão atrapalha tudo. Então cuidar das emoções é prioridade”.

Isto não significa, porém, estar positiva o tempo todo, mas, sim, criar recursos para que ela – e sua família – consigam se adaptar à nova fase. “Eu evito dizer que tem que ser positiva o tempo inteiro, porque é mentira. Não dá e a gente não pode exigir isso da paciente”, afirma Holtz, que encoraja as mulheres a buscarem informações sobre atendimento psicológico.

A paciente Regiane Costa Hespanhol, que foi diagnosticada com câncer de mama em 2013 e com câncer metastático (que se espalha pelo corpo) em 2014, fala da importância que a terapia teve nessa jornada. “Foi um choque quando eu passei para o tratamento paliativo, porque não tem mais o que fazer. Você fica pensando, ‘Vou fazer o quê? Esperar pela morte?’. Pensei nos meus três filhos e comecei a entrar em depressão. Até que encontrei minha psicóloga, com quem me trato há três anos”, relembra.

Ela afirma que é muito bom e motivador ter  auxílio profissional, “porque você vai falando e vai perdendo os medos. A gente não fala sobre morte na nossa sociedade, por exemplo, mas quanto mais você fala, menos medo você tem e mais você passa a valorizar a vida”. 

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