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Berlim é a única cidade que eu conheço que consegue ser ao mesmo tempo acolhedora, descolada, extremamente barata (um salsichão ou um kebab custa cerca de € 2) e que respira cultura. Não para menos, é a primeira colocada no ranking de capitais do grafite no mundo – São Paulo fica em segundo lugar.
Confesso que quando fui para lá estava preocupado com o idioma e como iria me locomover sem falar alemão. Por causa desse medo, talvez eu tenha aproveitado menos do que poderia. Isso porque reservei apenas seis dias para ficar na cidade. Mas o lance do idioma é balela, com um inglês amador você se vira bem por lá.
Quando deixei o aeroporto rumo ao SleepCheapHostel, onde me hospedei, fiquei surpreso com a facilidade para se locomover. Cheguei a me perder um dia, mas foi um caso isolado. Um senhor percebeu minha cara de quem não tinha noção de onde estava, com o mapa na mão e olhando para os lados, e me ofereceu ajuda.
O hostel também foi uma surpresa agradável. Muito bem organizado e o melhor de tudo: custava apenas € 10 por noite. Fica a 5 minutos a pé da estação Western. Essa parada faz parte da linha “Ring” que é uma espécie de circular da cidade.
Talvez você fique confuso com o metrô deles, porque as conexões são enormes e não tem catraca, como aqui no Brasil. Mas diferente do que normalmente alguém faria aqui, não tente usar de graça. Isso pode te custar uma multa de € 45, que deve ser paga na hora. Aconteceu isso com dois amigos que foram comigo.
Não tem como ir a Berlim e deixar de passar pelos lugares básicos (e grátis). Entre eles, eu indico o muro, o portão de Brandemburgo, o memorial ao Holocausto, o parlamento e o parque Tiergarten. Esses lugares ficam todos próximos e vale a pena gastar um dia inteiro neles.
Também tire um dia para pegar o trem e ir até o local onde abrigava o antigo campo de concentração de Sachsenhausen.
O lugar traz uma mistura de história e tristeza. Por ali, você poderá ver os alojamentos onde ficavam os judeus capturados pelos nazistas, os equipamentos de tortura, forca e até mesmo um forno onde eles eram queimados. A cor cinza define o lugar.
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Caso você seja fã de rock, o museu dos Ramones é uma ótima dica para conhecer. Ele fica em Krausnickstr, 23. Facinho de achar no mapa. O museu em si não é muito grande, mas tem uma infinidade de itens da banda, incluindo discos de ouro e poster a perder de vista. Para entrar, tem duas opções, pagar o valor só da entrada, algo como € 3, ou pagar € 4 e ganhar uma cerveja e um botom. Eu optei por essa última opção.
Falando em cerveja, em Berlim você acha cerveja barata em todos os lugares. Inclusive na plataforma do metrô e do trem. Isso mesmo, você pode tomar uma cerva enquanto espera o trem. Eles cobram tipo € 2 na estação por uma Berliner.
Mas o grande segredo é comprar no mercado, onde você encontra cervejas razoáveis por até € 0,30.
Eu descobri isso no meu segundo dia na cidade, o que pode explicar as seguidas ressacas.
Outro lugar que vale a visita é o Yaam, que é como se fosse uma praia artificial, com música ao vivo e quadra que dá para jogar futebol. Vale um começo de tarde por ali.
Por fim, a dica é: viva a cidade, passeie a pé, pegue ônibus, pegue metrô, converse com as pessoas. Eles vão mostrar que aquela imagem sisuda que imaginamos é apenas preconceito nosso. Nada além disso!
Praia artificial do Yaam | Divulgação
Portão de Brandemburgo | Andreas Rentz/Getty Images
Mapa do campo de concentração Sachsenhausen | Divulgação
Alojamentos do campo de concentração | Divulgação
Fornalhas de Sachsenhausen | Divulgação