O cubo mágico, um dos brinquedos mais populares do mundo e febre nos anos 80, acaba de completar 40 anos. Apesar de quarentão, continua na moda. Neste fim de semana, um torneio vai celebrar a data no Colégio Joana D’arc.
ANÚNCIO
Para participar, basta se inscrever no site do colégio (www.colegiojoanadarc.com.br). Taxa de participação é de R$ 10, que pode ser pago no evento. O pré-requisito é que o candidato consiga resolver o cubo em menos de dez minutos.
Desde a invenção, em 1974, o jogo ganhou novos formatos, e novas soluções, algumas mais simples, outras mais complexas (veja ao lado). O cubo tradicional tem 43 quintilhões [milhões de milhões de milhões] de combinações, mas apenas uma solução possível.
Recordista brasileiro
Nerds de todo o planeta se enfrentam em torneios mundiais. Enquanto muitos não conseguem com as mãos, tem quem resolva o quebra-cabeça com os pés, e em segundos. E o recordista mundial (quem diria?) é um brasileiro. Gabriel Pereira, 15, resolveu o jogo em menos de 30 segundos, com os pés, e se tornou o recordista da modalidade. “Resolvi fazer com os pés porque nas outras modalidades não tinha mais desafios”, esnoba o jovem, que irá participar do desafio e pretende quebrar seu próprio recorde.
ANÚNCIO
Cubo mágico completa 40 anos e vira disciplina obrigatória em colégio de São Paulo
O cubo mágico, jogo mais popular do mundo, que se tornou febre na decada de 1980, acaba de completar 40 anos. A data foi motivo de festa na Europa. Por aqui, o quebra-cabeça preferido de nerds comeca a avançar para dentro das salas de aulas. O jogo se tornou disciplina obrigatória no Colégio Joana D’arc em São Paulo. “Essa atividade promove uma reflexão lúdica sobre raciocínio lógico”, defende Rafael Cinoto, professor da disciplina no Colégio Joana D’arc e membro da Associação Mundial de Cubo Mágico no Brasil. Confira trechos da entrevista que ele cedeu ao Metro Jornal.
Por que usar o cubo mágico como disciplina obrigatória? Pra que serve?
O cubo mágico é um dos brinquedos mais conhecidos no mundo e quando um professor usa o cubo na sua aula, ele pode perceber o interesse de seus alunos começando a aprender com a ajuda de um brinquedo que eles já conhecem, reconhecem, e muito provavelmente já brincaram. A conexão automática das crianças com o o jogo, mesmo que seja seu primeiro contato, pode ser surpreendente. O cubo é ao mesmo tempo simples (gira apenas uma face por vez), e elegantemente profundo, pois suas inúmeras possibilidades permitem um estudo detalhado desse brinquedo. Qualquer criança motivada pode tentar resolver e vai aprender se tiver a ajuda de alguém capacitado.
Como é a aula?
A aula de cubo mágico é naturalmente emocionante para as crianças, promove reflexão sobre lógica, e após a conclusão pode criar sentimentos incríveis de orgulho nos alunos que muitas vezes não se enxergam como muito bons em matemática, por exemplo. Você verá os alunos lendo e decifrando as instruções, pensando e trabalhando duro com os algoritmos, comunicando-se e ajudando uns aos outros, às vezes frustrando-se, às vezes triunfando.
O que promove em termos de habilidade?
É a resolução de problemas e pensamento crítico em sua forma mais pura, e qualquer professor bem orientado vai dizer que é exatamente o que você espera ver em suas melhores classes. Além do raciocínio, o cubo mágico traz outros benefícios para o desenvolvimento da criança, tais como auto-confiança e cooperação. É interessante ver como aqueles que aprendem a resolver o cubo acabam querendo ensinar outras pessoas e sempre compartilham seu conhecimento. É possível aprender sozinho na internet, mas com a ajuda de um amigo é muito mais simples, e as crianças acabam se ajudando e interagindo naturalmente.
Tem exames de avaliação, alunos reprovam?
Nas primeiras aulas ensino o método básico e com o passar do tempo ensino técnicas mais avançadas para eles resolverem mais rápido. No início da aula costumo ensinar um passo e eles ficam treinando esse passo o resto da aula. Quando estão mais avançados, dá pra ensinar mais de uma sequência de movimentos numa mesma aula, depende do interesse deles. Agora no final do ano, alguns já aprenderam outros quebra-cabeças mais difíceis, tais como cubos maiores ou com outros formatos (tetraedro, dodecaedro). A cada 2 meses eu faço uma avaliação, marco quanto tempo cada aluno demora pra resolver o cubo e vejo se ele melhorou o tempo em relação à avaliação anterior, mas a disciplina não reprova.