Esporte

Expectativa e realidade dos clubes paulistas em 2019

Com o final das competições, é hora de avaliar se o que Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras planejaram de fato aconteceu

Um dos memes mais famosos da internet – que também inspirou esta reportagem– é a capa do disco de Chico Buarque de Hollanda lançado em 1966, quando o cantor tinha apenas 22 anos. Aquele era o primeiro álbum do artista, saudado à época como uma revelação promissora da música. O álbum trazia canções que já nasceram sucesso, como “A Banda”, “Pedro Pedreiro” e “Olê, Olá”. Agora, o meme da capa também é um clássico nas redes sociais.

Com o final das competições esportivas, é hora de avaliar se o que os quatro principais clubes paulistas – Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras – planejaram de fato aconteceu.

Corinthians

Expectativa

O Corinthians começou 2019 com uma palavra de ordem: esquecer 2018, quando apesar do título paulista, o Timão sofreu com as trocas frequentes de treinadores e a venda em massa de peças fundamentais do plantel. A grande novidade era o retorno de Fábio Carille depois de sete meses fora, que chegava com uma aura de salvador da pátria. Além disso, o time foi ao mercado e apostou suas fichas na dupla Boselli e Sornoza para suprir as saídas de Jô e Rodriguinho.

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Realidade

Ainda sob o comando de Fábio Carille, o Corinthians levantou a taça do Paulista. E foi ali o último momento de alegria na temporada. No Campeonato Brasileiro, o time foi extremamente burocrático, mas ainda assim conseguiu uma vaga na pré-Libertadores. Muito por conta dos sucessos de Athletico-PR e Flamengo. Na oitava colocação do nacional, o alvinegro ganhou a vaga porque o Furacão levou a Copa do Brasil e figurou entre os primeiros e os cariocas faturaram a Libertadores. Por isso, duas vagas a mais surgiram e o Corinthians foi beneficiado. Mas nada que deixasse a torcida completamente satisfeita. Com o conhecido futebol reativo de Carille, o Timão foi eliminado pelo próprio Flamengo nas oitavas da Copa do Brasil. Na Sul-Americana, caiu para o modesto Independiente Del Valle, do Equador, na semifinal. E, para não fugir à tradição do futebol brasileiro, mandou embora Carille em novembro, quando passou a ser comandado pelo interino Dyego Coelho.

Santos

Expectativa

Dos grandes paulistas, o Santos talvez seja o que entrou no ano com menos expectativas de conquistas representativas. A chegada de Jorge Sampaoli era a principal esperança de melhora, já que o argentino que havia levado o Chile ao título da Copa América de 2015 e a Universidad de Chile ao troféu da Sul-Americana em 2011. É verdade que ele não vinha de um bom trabalho à frente da seleção argentina, mas o otimismo existia. Também é verdade que Gabigol e Bruno Henrique estavam no elenco, mas não com o status que atingiram no Flamengo na temporada. Assim que chegou, Sampaoli avisou que precisava de reforços.

Realidade

Nem bem começou o ano e o Santos já perdia sua dupla de atacantes – Gabigol e Bruno Henrique – para desespero de Sampaoli. Ao passo que intensificava suas reclamações públicas com a falta de reforços no Santos, o argentino conseguia rapidamente dar sua cara ao time da Vila Belmiro. Ainda no Paulista, o Santos já virava sensação por conta do seu futebol ofensivo e de muita intensidade. Mas o título não veio. Aliás, nenhum veio. Na Sul-Americana, o alvinegro caiu ainda na primeira fase diante do River Plate do Uruguai. Depois, deu adeus à Copa do Brasil nas oitavas, eliminado pelo Atlético-MG. Cornetas até ameaçaram tocar. Só que o time continuou com seu padrão o e foi escalando posições no Brasileirão, terminando até de forma surpreendente em segundo lugar. As rusgas entre o treinador e o presidente José Carlos Peres foram deixando o clima cada vez mais insustentável e, ao fim do campeonato, Sampaoli foi embora. Para piorar, a briga ainda pode ir parar na Justiça.

São Paulo

Expectativa

Em 2018, o São Paulo havia sofrido com a falta de elenco e de peças qualificadas para ir para o jogo em caso de suspensão e de lesão – que foram muitas. Sob o comando de André Jardine, que havia sido efetivado no cargo, o time teria que encarar a pré-Libertadores e o diretor de futebol Raí foi bastante ativo no mercado. De nomes de expressão, o Tricolor trouxe Tiago Volpi, Hernanes e Pablo e a expectativa é que o clube voltasse a ser protagonista no cenário nacional.

Realidade

O ano já começou com um momentos que, para muitos, seria o maior vexame da história do clube: a eliminação na fase inicial da Libertadores para o Talleres, da Argentina. O revés, que deixou o time até mesmo sem vaga na Sul-Americana, custou o emprego de André Jardine. E aí, bom, o São Paulo inovou: Cuca acertou, mas só viria a assumir dois meses depois. Nesse meio tempo, Vagner Mancini, coordenador técnico, foi para o banco de reservas e deu chances para a garotada na campanha que terminou no vice-campeonato paulista. Depois, já com Cuca, veio a eliminação na Copa do Brasil para o Bahia. As esperanças foram renovadas depois da Copa América, com as chegadas de Juanfran e, especialmente, Daniel Alves. Também não foi como a torcida queria. E nem como Cuca queria, tanto que ele decidiu sair. Veio Fernando Diniz e o trabalho também ficou longe de ser unanimidade. Ao menos, no Brasileirão, o sexto lugar garantiu uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores.

Palmeiras

Expectativa

O Palmeiras começou a temporada com o moral elevadíssimo. Vindo de mais uma conquista de Campeonato Brasileiro, com o técnico Luiz Felipe Scolari prestigiado pelos resultados do time, o clube conseguiu segurar as principais peças do elenco. E ainda reforçou o time com Ricardo Goulart, além de contratações pontuais e da imensa aposta no atacante Carlos Eduardo, atacante do Pyramids do Edito por quem o Verdão desembolsou incríveis R$ 25 milhões.

Realidade

O desempenho palmeirense nem de longe foi o que se esperava. O time não chegou sequer à final do Campeonato Paulista e também se despediu da Copa do Brasil e da Libertadores nas quartas de final. A primeira, para o Internacional nos pênaltis e, a segunda, para o Grêmio no Pacaembu depois de vencer fora de casa. A essa altura, a equipe que vinha deslanchando no Brasileirão, simplesmente parou de render depois da Copa América, ao passo que o Flamengo passou a disparar. Foi depois da derrota para o rubro-negro no 1º turno que Felipão foi demitido. Contra a vontade da maior parte da torcida o clube trouxe Mano Menezes. Mas a passagem de dois meses do treinador acabou também depois do revés para o Flamengo no returno. O alento da torcida foi ter visto novas promessas entrarem em campo nos últimos jogos e ter vencido o Cruzeiro na partida que selou o rebaixamento dos mineiros pela primeira vez em sua história.

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