A menina que não gostava de perder! Larissa Pimenta, medalha de ouro na categoria -52 kg do Judô feminino neste Pan-Americano, conta ao Metro Jornal como chegou ao topo do continente.
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Caiu a ficha de que você é a nova campeã do Pan, na categoria – 52 kg?
Ela ainda está caindo. Fiquei muito nervosa no pódio. Lembrei de como foi difícil ganhar esta medalha de ouro, das lutas para chegar até aqui. Não desisti. E estava com muita vontade de ganhar uma medalha. Depois que passa e dá tudo certo, vem uma sensação muito boa. O Pan é uma competição muito importante.
Você estava muito emocionada e chorou…
Lembrei que a minha avó, Maria do Carmo, que já faleceu, me disse que um dia iria me ver na televisão. Ela me motivou muito a chegar aqui, hoje. Antes da final, eu estava muito nervosa, inquieta. E daí pensei nela na arquibancada, me assistindo. Isso me deu uma boa sensação, fiquei mais relaxada.
Qual luta foi mais difícil neste Pan?
As três lutas que fiz aqui em Lima, foram complicadas. Prova que fiz uma preparação física muito boa (risos). Senti muita dificuldade na semifinal contra a peruana (Brilith Gamarra). Eu e ela já lutamos bastante e é uma luta complicada, porque uma conhece o estilo da outra e ela tinha o apoio do público. Eu nunca tinha lutado com a minha adversária da final (a mexicana Luz Olivera). Tive que sentir, esperar, ter calma para planejar o que faria para vencer. E tive muita vontade e paciência. Independente do meu adversário, eu sempre tenho de entrar com mais vontade de vencer do que ele.
Muda o seu patamar no Judô?
Tenho que continuar com os meus objetivos. Ganhei a medalha de ouro no Pan, curtirei ela até amanhã. Depois, minha vida continuará, com meus próximos objetivos. Vou participar dos campeonatos mundiais júnior e sênior do Judô. São importantes.
Você acaba de ganhar uma medalha no Pan e lutará no júnior?
Tenho 20 anos, sou júnior (risos). Estou me adaptando à transição desta categoria para a sênior. Então, tenho que lutar muito para evoluir cada vez mais. Já ganhei títulos, mas sou nova e ainda tenho muito para evoluir. Por isso, trabalho muito nos treinamentos, no psicólogo… O objetivo é estar preparada pronta e preparada para encarar qualquer adversário no tatame.
As Olimpíadas de Tóquio estão no seu horizonte, agora que você é a campeã Pan-Americana?
Sim! É onde eu quero chegar.
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Quando você começou a praticar judô?
Eu tinha 8 a nos de idade. Eu era de uma escola em São Vicente e o Tari, um professor de lá dava aulas de Judô e me chamou. Eu gostei. Mas, até os meus 11 anos eu só queria saber de treinar, não de competir. Aí me destaquei e fui para o Pinheiros. Fiquei próxima de atletas como Charles e Gabriel Chibana, Thiago Camilo. E fiquei cada vez mais motivada.
Por quê você não gostava de competir. Era por timidez?
Sinceramente? Eu não queria perder. Sempre fui muito competitiva. Tinha medo de perder e só queria entrar no tatame para lutar, quando sentisse que estava preparada. Meu professor entendeu. Ele me ensinou a ser uma boa atleta, mas ainda tenho muito para aprender.
Você recebeu a medalha de ouro das mãos de um campeão olímpico, Rogério Sampaio. Que tal?
Foi uma honra, claro. Como o Rogério é de Santos, pertinho de São Vicente, que é a minha cidade, já o conhecia de lá. Até treinei na academia dele. Não tem como uma pessoa como ele não inspirar a gente.