Esporte

Rússia reforça segurança com medo do terrorismo na Copa do Mundo de 2018

A pouco mais de sete meses do início da Copa da Rússia, a preocupação da Fifa e dos organizadores do Mundial com o atraso nas obras de alguns estádio ficou em segundo plano. O principal motivo de apreensão está ligado à segurança. É a ameaça do terrorismo.

O risco de atentados sempre foi considerado, mas a tensão aumentou nas últimas semanas, depois que Estado Islâmico passou a fazer propaganda utilizando imagens de estrelas do Mundial para disseminar ameaças.

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A nova ofensiva começou em outubro. O grupo já publicou cartazes com montagens em que Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar são ou degolados ou mortos a tiros. O técnico da França, Didier Deschamps, também foi alvo, assim como alguns estádios, como o Luzhniki, de Moscou.

Todas as manifestações tinham mensagens ameaçadoras como: «Esperem por nós», «Nós vamos continuar aterrorizando vocês e arruinando suas vidas» e «Você está lutando contra um Estado que não tem fracasso em seu dicionário».

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Rússia, Vladimir Putin, também já foram alvos dos jihadistas. Putin, aliás, é acusado pelo Estado Islâmico de responsável pela morte de um de seus líderes, Abu Bakr al-Bagdadi, em ataque do exército russo a Raqqa, na Síria, ocorrido em maio. No entanto, até hoje não há confirmação de que Al-Bagdadi foi morto.

As ações do EI levaram a Fifa, o Comitê Organizador Local e o governo russo a aprofundarem as discussões sobre a segurança de delegações e torcedores durante a Copa – e mesmo antes. FBI e Interpol também colaboram em nível investigação. O temor é de que o grupo realmente cumpra as ameaças e, por isso, os esquemas de segurança têm sido revistos, atualizados e reforçados. Reuniões frequentes, presenciais ou virtuais, têm ocorrido para tratar do tema.

«Os terroristas preocupam mais que os hooligans russos, pois estes, por piores que sejam, são conhecidos e estão sendo monitorados com rigor. Mas, de parte desses grupos radicais, sempre há risco de surpresa», disse ao jornal O Estado de S.Paulo fonte que tem acompanhado a aflição existente na Fifa.

Publicamente, a entidade foge de qualquer posição alarmista e diz acreditar plenamente no trabalho dos russos nesta área. «A Fifa tem plena confiança nos arranjos de segurança e no conceito abrangente de segurança desenvolvido pelas autoridades russas e pelo Comitê Organizador Local da Copa do Mundo», informou a entidade à reportagem por meio de um porta-voz. «Conforme demonstrado durante a Copa das Confederações, os já altos padrões de segurança na Rússia foram adaptados para corresponder às necessidades específicas de tais eventos esportivos principais».

A Fifa acrescenta que está em contato constante com todas as partes interessadas sobre a avaliação de risco em andamento. O Comitê Organizador, por sua vez, ressalta que a segurança é uma das principais prioridades da Rússia, diz que uma «estratégia abrangente» foi implantada com sucesso na Copa das Confederações, continua em vigor e que há evolução constante nos protocolos de segurança.

«À medida que nos aproximamos da competição final da Copa do Mundo, as discussões entre as autoridades russas, a Fifa, as associações membros participantes e os órgãos responsáveis pela implementação dos acordos de segurança estão em andamento», afirmou o comitê, por nota. «Cenários para prevenir todos os tipos de ataques potenciais ou incidentes violentos são, como de costume, levados em consideração».

Voluntários infiltrados

O monitoramento dos grupos terroristas ligados ao Estado Islâmico levou à descoberta recente de ações para infiltrar simpatizantes entre os voluntários que trabalharão na Copa. A consequência é que todos os inscritos serão reavaliados de maneira rigorosa – os estrangeiros pelas autoridades da área de segurança de seus respectivos países – e a ordem é de, à menor dúvida, rejeitar o voluntário.

Outra medida será uma vigilância mais forte sobre os torcedores, russos e estrangeiros, que forem aos estádios. Todos terão de ter, além do ingresso, o «passaporte do torcedor», chamado de FanID. Com foto, terá informações pormenorizadas do portador, desde características físicas a informações como endereços de hospedagem, até para que possam ser checados de surpresa. Esse documento já foi utilizado durante a Copa das Confederações.

Todos os hotéis terão detectores de raio X e nos estádios a revista será rigorosa. Mesmo quem for trabalhar nas partidas, como jornalistas, terão de passar por verificações em seus equipamentos e em todos os objetos que portar. «Não obstante a estratégia abrangente de segurança em vigor, as respectivas medidas serão implementadas de forma a garantir os mais altos padrões com menos limitações à liberdade pessoal», concluiu o Comitê Organizador.

As forças de segurança da Rússia estão em alerta constante, até para evitar que algo ocorra antes da Copa. No próximo dia 11, a Argentina joga em Moscou contra a seleção russa; no dia 14, contra a Nigéria, em Krasnodar. E depois que Messi foi ameaçado, os cuidados com a delegação argentina serão redobrados.

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