Esporte

Na São Silvestre, africanos dominam, vencem e ampliam jejum do Brasil

Domínio africano na 91ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre. O queniano Stanley Biwott confirmou seu favoritismo e venceu a prova, nesta quinta-feira, em São Paulo. Em uma prova com final emocionante, o campeão da última maratona de Nova York cravou 44m31s e chegou três segundos à frente do etíope Leul Aleme.

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Pelo quarto ano seguido, Giovani dos Santos foi o brasileiro melhor colocado na São Silvestre. O mineiro terminou os 15 km de prova em 44m58s, ficando com a quinta colocação. O Brasil não chega no lugar mais alto do pódio desde 2010, quando Marílson Gomes dos Santos conquistou seu terceiro título.

Atletas de Etiópia e Quênia, respectivamente, completaram o pódio. Feyisa Gemechu foi o terceiro, com marca de 44m38s. Edwin Kipsang veio em seguida, com 44m41s.

Na prova feminina, são nove anos sem uma brasileira no topo do pódio. A etíope Ymer Ayalew conquistou o bicampeonato da São Silvestre. A atleta de 28 anos repetiu o resultado de 2014 ao terminar os 15 km em 54m01s.

A prova teve um final emocionante. Ayalew estava no pelotão com outras cinco corredoras até o final da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, quando disparou na frente. A queniana Delvine Meringor seguiu na cola da etíope, mas não conseguiu ultrapassá-la na Avenida Paulista e ficou em segundo lugar, com a marca de 54m03s.

A queniana Failuna Matanga terminou o percurso em terceiro lugar, com 54m11s. Em quarto, Sueli Pereira da Silva foi a brasileira melhor colocada ao cravar 54m15s. Na sequência veio sua compatriota Joziane Cardoso, com a marca de 54m22s.

30 mil participantes
Ao todo, 30 mil corredores lotaram a avenida Paulista no último dia do ano, na tradicional prova. Ao lado de corredores de elite, atletas anônimos de todo o Brasil participam da prova que tem 15 quilômetros de trajeto, percorrendo pontos da região central de São Paulo.

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Às 8h40 foi a largada das atletas do feminino e pouco depois, às 9h, largaram os atletas do masculino. Os atletas de ponta foram seguidos por um mar de pessoas com mensagens, fantasias e disposição para completar a prova, que começa em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo) e termina próximo à avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Confraternização
“A gente vem também para celebrar, para festejar o encerramento do ano”, diz o auditor fiscal Eduardo Tanaka, 48 anos, que competiu vestido de super-homem. Já é a quinta vez que ele participa e veio de Florianópolis com a esposa, a fonoaudióloga Raquel, 37 anos, vestida de mulher-maravilha. O casal dedicou os minutos antes da prova para tirar fotografias com os demais participantes. “É a primeira vez que viemos fantasiados. É bom porque aumenta a integração”, disse Eduardo.

Teve gente que aproveitou para noivar durante a corrida. O brasiliense Daniel Lima, 48 anos, e a paraguaia Selva Jimenez, 45 anos, se conheceram há anos em uma prova no Rio de Janeiro. “Decidimos fazer esta surpresa”, disse o noivo, que já corre a São Silvestre há 9 anos e, pela primeira vez, vai competir vestido de terno. Selva também veio a caráter: branco, véu e grinalda. Eles dizem que a roupa não atrapalha o desempenho na prova e que, apesar de concluírem todo o percurso, eles encaram a prova mais como uma festa. “Não é pela competição. É muito bom estar aqui”, disse Daniel.

É comum encontrar também equipes de corrida que treinam todo o ano juntos. É o caso da Vem Comigo, que reúne corredores de diferentes bairros de São Paulo. Ao longo do ano, eles participam de diversas competições, mas também acreditam que a São Silvestre é diferente. “A gente termina o ano se confraternizando. Vamos nos reunir no final da Brigadeiro [Luís Antônio] para cruzar a linha de chegada juntos”, disse o administrador de empresas Roberto Denoni, 43 anos.

Amilton Silva, 52 anos, carrega 6,3 kg de uma cabeça de boi como capacete há 7 anos. Ele, que corre a São Silvestre desde os 16 anos, explica que se sente com mais força com os chifres na cabeça. “É sinal de virilidade, de força, para entrar com bastante energia, me sinto mais energizado”, disse. O paulistano costuma terminar sempre a corrida, mas reconhece que o peso do adorno atrapalha um pouco o desempenho. “Costumo fazer em uma hora e vinte, ou trinta, no máximo”, apontou.

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