Esporte

Blatter diz que escândalo de corrupção trouxe vergonha e humilhação ao futebol

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse nesta quinta-feira que o escândalo de corrupção que envolve a entidade que comanda o futebol mundial trouxe vergonha e humilhação para o esporte.

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Em discurso na abertura do congresso da entidade em Zurique, no qual Blatter deve ser reeleito para um quinto mandato, o dirigente disse que não deve haver espaço para nenhum tipo de corrupção no futebol.

Procurando se distanciar do escândalo, no qual sete pessoas do alto escalão da Fifa foram presas na Suíça por acusações de corrupção feitas pelos Estados Unidos, ele disse: «Não posso monitorar a todos a todo tempo. Se as pessoas querem fazer o errado, elas também tentarão esconder isso.»

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Ele acrescentou que a Fifa perdeu a confiança e tem de recuperá-la, a partir de sexta-feira. O dirigente disse também que mais precisa ser feito para que todos no futebol se comportem de maneira responsável e ética.

Entenda o caso de corrupção que envolve a Fifa

Investigações conduzidas pelo FBI, nos EUA, culminaram na prisão de sete dirigentes de peso no futebol em Zurique, na Suíça. Reunidos para a eleição do próximo presidente da entidade, os cartolas foram detidos pela polícia suíça no hotel Baur au Lac. Entre eles, está o ex-presidente da CBF entre 2012 e 2015 e atual vice da entidade, José Maria Marin.

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No total, a investigação chegou a 14 nomes. Além dos sete dirigentes que já foram presos, sete foram indiciados. O brasileiro José Lázaro Marguiles, que seria um intermediário nas operações ilegais, é um deles. Outras quatro pessoas, incluindo o empresário José Hawilla, do grupo Traffic, são réus confessos no esquema. Dessas 18 pessoas, 11, entre elas, Marin, foram banidas pela Fifa de quaisquer atividades ligadas ao futebol.

As acusações são de extorsão, fraude, conspiração e lavagem de dinheiro para acordos em torneios como as Eliminatórias, Copa América, Libertadores e Copa do Brasil. O esquema dura, pelo menos, 20 anos e movimentou mais de US$ 150 milhões (R$ 476 milhões) até agora. O valor pode ser muito maior.

Como funcionava o esquema

Empresas de marketing esportivo subornavam dirigentes para ganhar apoio e colocar sua marca nos eventos da Fifa, Conmebol, CBF e outras entidades. Foi assim que Marin recebeu cerca de R$ 2 milhões por ano da empresa Traffic, por direitos de transmissão da Copa do Brasil, como propina, de acordo com as investigações. Marin também está envolvido em acusações de suborno de edições da Copa América até 2023.

Nem o contrato da CBF com a Nike escapou do FBI. A acusação é de pagamento de suborno em relação ao contrato da principal patrocinadora da Seleção Brasileira, que vem desde 1996. “O futebol é um belo jogo. Mas foi sequestrado. A vítima é o futebol. Essas pessoas conseguiram muito dinheiro graças ao amor que esse esporte desperta”, disse o diretor do FBI, James Comey. “Estamos dando um cartão vermelho para a Fifa”, completou Richard Webber, da Receita Federal americana.

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