Aos 37 anos, Alexsandro de Souza pendura as chuteiras no próximo domingo agradecido ao futebol, do qual “recebeu bem mais do que esperava”. Ainda com um jogo a disputar, Alex vai terminar a carreira como 3º maior artilheiro do Brasil entre os que jogaram como meia. Atrás de Pelé e Zico.
O jogador conseguiu um feito raro no futebol brasileiro: ser ídolo por três clubes diferentes. Pelo Palmeiras foi campeão da Libertadores – a única do clube. Pelo Cruzeiro conquistou a Tríplice Coroa, feito inédito no futebol brasileiro.
Já pelo Coritiba, seu clube de coração, levou apenas um estadual, mas que dá muita importância. “Minha mulher e meus três filhos estavam na arquibancada, foi um dos momentos mais especiais da carreira”, contou ao Metro Jornal.
Fora do Brasil, o craque virou quase uma santidade na Turquia – defendendo o Fenerbahçe, e não viu motivos para sair. “Tive outras propostas [de grandes centros europeus], mas por várias razões decidi ficar. Tinha bons contratos, bom ambiente e tempo para trabalhar, quando me dei conta passaram oito anos”.
Foi na Turquia que Alex teve a oportunidade de trabalhar com seu ídolo de infância e sua referência no futebol: Zico. O Galinho foi técnico do time turco entre 2006 e 2008 e fez o meia se tornar o capitão do time.
Poucos meses antes de deixar a Turquia em 2012, Alex ganhou uma estátua em tamanho real em frente ao estádio Sukru Saracoglu, local onde mais atuou na carreira. “Foi grandioso, ninguém recebe uma estátua todo dia. Mexe com a gente que veio de fora, ainda mais porque foi a torcida que fez. Fiquei super envaidecido”, revela.
O que faltou a Alex? Para a opinião pública a resposta vem rápido: disputar uma Copa do Mundo. O jogador, entretanto, se diz tranquilo e muito bem resolvido sobre a questão. “Fui muito feliz na minha passagem, me dediquei ao máximo e fiquei de fora por opção do treinador [Felipão], entendo e respeito. Aconteceu como teria que acontecer”, diz. Alex foi o jogador que mais atuou com a camisa amarelinha sem ter jogado um Mundial.
Sobre o futuro, o craque diz querer um pouco de tranquilidade. “A princípio vou ficar quietinho no meu canto, sair de férias, da rotina”, mas não esconde sua permanência no futebol. Além de garantir estar ‘sempre a disposição’ do Bom Senso F. C., para discutir as necessidades de melhorias no esporte, o jogador revela seu desejo: “me imagino como treinador”.