Os erros da auxiliar Fernanda Colombo na derrota para o rival Atlético-MG, por 2 a 1, no domingo, causaram a ira da diretoria do Cruzeiro. Depois do jogo, o diretor de futebol da Raposa, Alexandre Mattos, chegou a dizer que “se ela é bonitinha, tem de ir para a [revista] Playboy”, mas depois minimizou as declarações dizendo que “não fez nada demais.”
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Mas a reclamação de Mattos foi além das declarações contra Fernanda. Na segunda-feira, o clube mineiro enviou uma reclamação formal para Federação Mineira de Futebol, responsável por repassá-la à CBF, em relação à arbitragem do clássico.
Segundo o cartola, o clube está no direito de protestar contra os erros, já que, segundo a cúpula azul, o time foi prejudicado nos primeiros quatro jogos do Brasileirão.
Fernanda foi procurada pela reportagem do Metro Jornal, mas não respondeu aos chamados.
Ana Paula Oliveira, ex-auxiliar de arbitragem: ‘É preciso observar a competência e não o gênero do profissional’
De polêmica e arbitragem, a ex-auxiliar Ana Paula Oliveira entende. Ela, que não trabalha profissionalmente como árbitra desde 2010, chegou a ser suspensa em 2007 após erros. Em julho do mesmo ano, foi capa da revista Playboy. Ana Paula conversou com o Metro Jornal sobre a situação de Fernanda Colombo:
Ela errou? E o erro da mulher no futebol tem peso maior? Ela se equivocou no domingo. Ponto. Precisa aprimorar, morre o assunto aí. Não tem de apelar para outras questões. Eu lamento é que ainda se discute o gênero. O que tem de se colocar é a questão da competência.
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Esse tipo de reação afasta mulher do futebol? A que tem personalidade, é inteligente e sabe da capacidade, não. Quem vai para o meio sabe o que a espera. Espero que ela [Fernanda] saiba passar por isso. Não é fácil, mas faz parte da profissão.
Acha que a Fernanda pode ter o psicológico afetado? Acho que é o momento de recolher, fazer um trabalho de aprimoramento e continuar trabalhando nos jogos, sim. Hoje a CBF tem um corpo de psicólogos. Ela está amparada. E é questão de tempo. Acredito que deva ser feito um trabalho particular, mas acho que não vai afetar.
Você a conhece? Não, mas torço muito por ela. Hoje, passar no teste físico já é difícil sendo homem. Mulher, então, tem de ser heroína.