Um dos técnicos mais vitoriosos ainda em atividade, Ottmar Hitzfeld vive os últimos dias da sua carreira. O alemão, que se aposentará após o Mundial, vai para a sua segunda Copa no comando da Seleção Suíça. O treinador conversou com o Metro Jornal e elogiou o futebol brasileiro, mas mostrou-se irritado em ter de jogar em Manaus.
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O que a Suíça pode fazer na Copa do Mundo?
Devemos fazer o nosso melhor para sobreviver à fase de grupos. Não nos impomos nenhum limite. Queremos seguir na competição o quanto nós conseguirmos.
O senhor gostou das cidades onde vai jogar?
Conheço Brasília e Salvador. Nunca fui a Manaus, mas sei bastante sobre a história e a geografia do local. Admito não entender porque esta cidade foi escolhida como sede da Copa. A cidade tem muitas qualidades. Há várias razões para ir a Manaus, mas futebol não é um delas, na minha humilde opinião.
Acha que o Brasil organizará um bom torneio?
Estou certo disso. Em todos os lugares que fui no seu país encontrei apenas pessoas apaixonadas pelo futebol e por essa Copa do Mundo. É fantástico como o Brasil ama o futebol. É um privilégio fazer parte deste torneio.
O senhor acha que foi certo a Suíça ser uma das cabeças de chave?
O que posso dizer? A escolha foi feita pelo ranking da Fifa. Foi igual para todas as equipes. Estamos orgulhosos de estarmos entre as principais seleções do mundo, mesmo que ninguém acredite que a Suíça esteja entre as principais seleções do mundo.
Quem são os favoritos?
O Brasil, certamente. Fiquei impressionado como o Brasil encarou a pressão durante a Copa das Confederações. A Alemanha talvez tenha o time mais forte de sua história. Mas nunca se deve esquecer da Argentina, Espanha ou Itália.
O que o senhor pode falar sobre o futebol brasileiro?
Eu poderia escrever um livro sobre isso. Pelé é o melhor jogador da história e existem muitos outros jogadores que considero muito, muito bons. Vocês possuem muitos jogadores talentosos. Vocês parecem amar o futebol o tempo todo. Já vi pessoas jogando futebol à noite no Guarujá. Já vi gente jogando às 6h quando tivemos que pegar um voo em Salvador. Não espanta o Brasil ter vencido a Copa do Mundo cinco vezes.
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Após anos em clubes, como é trabalhar em uma seleção?
Há grandes diferenças, claro. Ao invés de 60 jogos no ano, trabalho dez jogos, talvez 12 jogos num ano. Há um grande tempo entre uma partida e outra. Os jogadores vão embora após os jogos e o treinador fica e gostaria de ter um time para colocar em campo e melhorar constantemente. É muito difícil ficar sozinho após uma derrota, mas a motivação de vencer é maior.
O senhor se aposentará após a Copa. Quais os planos?
Não tenho a menor ideia. Tomei essa decisão sozinho. Agora quero estar com pensamento livre para me concentrar na Copa do Mundo. É um grande presente terminar a carreira em uma Copa do Mundo disputada no país pentacampeão mundial.
Conheça um pouco mais sobre a Seleção Suíça.
• Os jogos da Suíça no Grupo E.
Suíça x Equador (Brasília)
Suíça x França (Salvador)
Suíça x Honduras (Manaus)
• Principais jogadores.
Inler (volante) e Shaqri (meia)
• O técnico.
Ottmar Hitzfeld fo atacante quando jogador. Como técnico, teve passagens importantes por Bayern de Munique e Borussia Dortmund.
• Time base.
Benaglio; Lichtsteiner, Schär, Senderos e Rodriguez; Behrami, Inler, Shaqiri, Xhaka e Stocker; Seferovic.