Num mundo onde as mulheres conquistaram espaços de liderança, criatividade e poder, seus corpos (paradoxalmente) continuam sendo tema de debate público.
As críticas cruéis contra Beyoncé e Michelle Obama revelam o pior da sociedade
Recentemente, duas figuras icônicas demonstraram isso mais uma vez: Beyoncé e Michelle Obama. Ambas reapareceram em eventos importantes, ambas brilharam e ambas foram julgadas por sua aparência física com uma dureza que revela um problema profundo e persistente.
Beyoncé compareceu ao Grande Prêmio de Fórmula 1 com um look que muitos fãs aplaudiram por sua força, estilo e presença de palco.
No entanto, em meio aos elogios, uma onda de críticas ferozes se infiltrou. Comentários como “vulgar”, “grande demais”, “uma baleia”, “uma mulherão no GP”, “ela está grávida” ou “ela engordou” inundaram a internet com uma velocidade dolorosa.
O que se seguiu foi uma tempestade de gordofobia que, infelizmente, se tornou um padrão sempre que uma mulher famosa ganha ou mesmo aparenta ter ganhado alguns quilos.
Alguns até se atreveram a “recomendar” que ela usasse Ozempic, promovendo a perigosa tendência de desviar medicamentos destinados ao tratamento da diabetes para a perda de peso.
E como se não bastasse, somaram-se as acusações de “edição excessiva” em suas fotos do Instagram, comparando imagens profissionais cuidadosamente iluminadas com fotos espontâneas tiradas por paparazzi.
Um duplo padrão impossível: ser natural e perfeita, envelhecer sem mostrar sinais do tempo, ser humana, mas não demais.
Michelle Obama sofreu o mesmo destino que Beyoncé
Michelle Obama, por outro lado, enfrentou críticas vindas do lado oposto. Depois de compartilhar imagens de seu ensaio fotográfico com Annie Leibovitz, onde aparece forte, tonificada e visivelmente mais magra, muitas pessoas reagiram com preocupação exagerada, especulação ou alarmismo injustificado. Aos 61 anos, a ex-primeira-dama é um símbolo global de bem-estar, disciplina e equilíbrio, mas até mesmo seu corpo forte, tonificado e saudável se tornou alvo de comentários.
Ela mesma explicou que sua rotina começa às 5h30 da manhã e combina exercícios cardiovasculares, de força, pliometria, natação e consistência absoluta.
Sua figura não é um mistério nem um capricho: é o resultado de anos de hábitos que conectam exercícios físicos com saúde mental, autocuidado e longevidade. No entanto, nem mesmo sua trajetória de disciplina a protege de olhares críticos.
A poderosa reflexão que as críticas a Michelle Obama e Beyoncé deixaram na sociedade
As críticas a Beyoncé por “ter demais” e a Michelle Obama por “ter de menos” revelam o absurdo do padrão: para muitas mulheres, nunca será o suficiente. Elas nunca estarão no ponto exato ditado por olhares externos.
E é aqui que surge a reflexão que precisamos lembrar coletivamente: os corpos das mulheres não são propriedade pública.
Eles não existem para serem avaliados, comparados, corrigidos ou dissecados. Beyoncé e Michelle Obama, de esferas diferentes, mostram algo poderoso: a liberdade de habitar seus corpos com autenticidade, com saúde e de acordo com suas próprias decisões.
Talvez o verdadeiro problema não sejam seus corpos, mas a incapacidade da sociedade de permitir que as mulheres existam sem justificar cada centímetro de sua aparência.
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Em um mundo que exige perfeição, observar essas duas mulheres é um lembrete necessário: nossos corpos merecem respeito, cuidado e espaço para mudar, crescer ou simplesmente ser como são.

