Nos últimos anos, as séries sobre a passagem para a vida adulta se tornaram um espelho para toda uma geração, lembrando-nos de que crescer nem sempre é glamoroso e que a amizade pode ser tanto um refúgio quanto um campo de batalha. Dentro desse universo de histórias brutalmente honestas e satíricas sobre a busca pelo sucesso, surge I Love LA, a nova série da HBO Max criada, escrita e estrelada por Rachel Sennott, a mente irreverente por trás de Bottoms e Shiva Baby.
A série, com estreia marcada para 2 de novembro, mistura humor, ironia e uma boa dose do caos da Geração Z/Millennials para retratar a vida de um grupo de jovens na casa dos vinte anos tentando sobreviver, emocional e profissionalmente, em Los Angeles.
O glamour versus o caos de Los Angeles ganha vida na nova série
Em I Love LA, Rachel Sennott interpreta Maia, uma jovem empresária de talentos que tenta subir na carreira enquanto reacende sua amizade com sua ex-melhor amiga, Tallulah, uma influenciadora interpretada por Odessa A’zion, a quem ela também representa. O elenco também inclui True Whitaker, Jordan Firstman e a própria Leighton Meester, que interpreta a chefe de Maia.
“Basicamente, quando estávamos criando esta série, tínhamos muitas referências de programas icônicos da HBO”, disse Sennott ao ser questionada sobre a inspiração por trás do projeto. “Conversamos muito sobre Sex and the City, Girls, Insecure… Entourage também foi uma grande referência. Queríamos criar algo com um tom próprio, muito específico para os dias de hoje.”
E eles conseguiram. A série funciona como um espelho satírico do ecossistema digital e do culto à imagem que domina uma geração. Redes sociais, nepotismo e relacionamentos definidos pela imediatidade fazem parte do panorama emocional de I Love LA.
Além disso, mais do que apenas um local, a cidade de Los Angeles se torna tanto o coração quanto a antagonista da série. “Muitas pessoas são atraídas para este lugar com grandes sonhos. Então, há muitos grandes sonhadores, mas também muitos fracassados, lado a lado”, refletiu Josh Hutcherson antes da estreia da série.
Ambição, amizade e o caos da geração millennial
A história começa com o reaparecimento inesperado de Tallulah na vida de Maia, após anos de afastamento. O que começa como uma segunda chance para a amizade delas se transforma em um retrato preciso das contradições entre o sucesso profissional e o bem-estar emocional.
Sennott reconhece que muito do que escreveu surgiu de sua própria experiência ao se mudar para Los Angeles durante a pandemia: “Eu me sentia muito isolada… como se não tivesse muitos amigos aqui, e comecei a passar pelo meu Retorno de Saturno, e foi um caos. Mas um dia você olha ao redor e pensa: ‘Eu amo estar aqui, e esta é a minha casa’”, confessou ela, rindo.
“No começo, tive um pouco de dificuldade, mas aos poucos, tudo se encaixou: encontrei meus amigos, minha vizinhança, meus lugares… e um dia simplesmente pensei: ‘Eu amo estar aqui, esta é a minha casa’. Senti isso especialmente enquanto fazia esta série e podia filmá-la nos lugares que sempre frequentamos”, acrescentou. As filmagens aconteceram em locações por toda a cidade, desde cafés locais até o Reservatório de Los Angeles, reforçando essa sensação de autenticidade: I Love LA não busca idealizar a cidade, mas sim mostrá-la em todas as suas contradições.
O lado humano por trás da sátira
Embora a série seja repleta de humor absurdo e referências à cultura californiana, Sennott insiste que sua intenção nunca foi ridicularizar os personagens, mas sim compreendê-los. “Obviamente, são personagens cômicos. Olha, eu provavelmente também sou uma narcisista. Este é o meu trabalho. São personagens imperfeitos, mas é isso que os torna interessantes”, explicou.
E é justamente essa empatia que faz de I Love LA mais do que apenas uma comédia sobre influenciadores: é uma história sobre vulnerabilidade disfarçada de ambição, sobre como o glamour de Los Angeles pode deslumbrar, mas também revelar as fragilidades internas daqueles que lá vivem.
“Tentamos olhar para cada personagem com amor e humanidade… então, mesmo que você não more em Los Angeles, você pode dizer: ‘Eu tenho um amigo assim’”, acrescentou Sennott.
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Com seu humor caótico característico e perspectiva sem filtros, Rachel Sennott captura o espírito de uma geração que cresceu em meio à superexposição digital e à busca por autenticidade. I Love LA não tenta redimir seus personagens, mas sim compreendê-los. E em uma cidade que pode te elevar ou te devorar com a mesma facilidade, isso já é uma história de amor.
O elenco inclui Rachel Sennott (criadora, estrela, roteirista, diretora e produtora executiva; ela interpreta Maia), Odessa A’zion (Tallulah), Leighton Meester (Alyssa), Jordan Firstman (Charlie), Josh Hutcherson (Dylan), True Whitaker (Alani) e uma participação especial de Elijah Wood.