Há algo profundamente reconfortante em filmes que exploram laços familiares rompidos, amor em meio ao caos e segundas chances. Em uma era de histórias avassaladoras sobre amores impossíveis e reviravoltas emocionantes, Apesar de Você, a nova adaptação do romance de Colleen Hoover, chega da Paramount Pictures para nos lembrar que não há drama mais intenso do que o de mãe e filha tentando se entender após uma perda devastadora.
Este filme, dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas), combina o melhor do cinema emocional com o magnetismo de duas atrizes que elevam cada cena a um raro nível de autenticidade: Allison Williams e McKenna Grace. Em uma época em que Hollywood depende fortemente da sensibilidade, esta história familiar se torna uma joia de introspecção, luto e redenção.
Uma história sobre segredos de família, luto e amor incondicional
O filme nos leva à vida de Morgan (Aliison Williams), que, após a morte repentina do marido e da irmã, precisa lidar com a dor da perda, enquanto seu relacionamento com a filha Clara (Mckenna Grace) se rompe. Mas, em meio ao luto, segredos de família vêm à tona e ameaçam piorar as coisas.
A diretora, trabalhando com o roteiro de Susan McMartin, consegue transmitir a tensão entre mãe e filha de uma forma tão honesta que é impossível não se colocar no lugar dela: uma mãe que, entre o amor e o medo, tenta proteger a filha escondendo verdades dolorosas, e uma adolescente que busca apenas respostas. Esta é uma daquelas histórias que nos fazem querer abraçar os personagens, mesmo quando não compreendemos completamente suas decisões.
McKenna Grace e Mason Thames são o coração do filme
McKenna Grace demonstra mais uma vez por que é uma das atrizes mais marcantes de sua geração. Mais do que uma promessa, ela se confirma como uma artista capaz de equilibrar vulnerabilidade e força em cada olhar. Sua Clara é complexa, impulsiva e profundamente humana, o que a torna fácil de se conectar. Através dela, sentimos a dor da perda e a confusão de uma jovem que tenta encontrar significado em meio ao luto. Ela perdeu o pai e a tia, e a distância da mãe só aumenta o vazio.
Entre o luto, a busca por identidade e a necessidade de amor e validação, Clara personifica aquela fase em que crescer dói, mas também nos ensina a perdoar e seguir em frente, mesmo com o coração partido. Não é surpresa que os críticos a considerem uma atriz com uma amplitude emocional rara. De ‘Gifted’ a ‘The Handmaid’s Tale’, ela demonstrou maturidade, intuição e capacidade de se mover sem recorrer a excessos.
O astro em ascensão Mason Thames, por sua vez, rouba a cena em seu papel como Miller Adams, o garoto que consegue restaurar um vislumbre de esperança para Clara em meio a tantas perdas. Sua atuação carismática e calorosa o consolida como um dos próximos protagonistas favoritos do romance jovem adulto. Thames tem aquela mistura de naturalidade e charme que lembra galãs clássicos dos anos 2000, como Ryan Gosling ou mesmo Leonardo DiCaprio nos anos 90, mas com um toque contemporâneo. Sua química com McKenna Grace é evidente e apreciada.
Entre a dor e a esperança
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‘Se não fosse você’ não pretende reinventar o melodrama ou cair em reflexões excessivamente pretensiosas, mas injeta uma boa dose de honestidade e emoção. Com um elenco sólido, direção competente e emoções cruas, o filme se torna uma experiência que desperta conversas sobre perdão, amor e segundas chances. Colleen Hoover mais uma vez deixa sua marca na tela com uma história que, além da tragédia, celebra a reconciliação. Porque, no final, em meio a lágrimas e segredos, ‘Se não fosse você’ nos lembra que o amor, embora imperfeito, continua sendo o elo mais forte que une uma família.