Zelda Williams, filha do falecido ator e comediante Robin Williams, emitiu uma declaração contundente nas redes sociais pedindo o fim dos vídeos gerados por inteligência artificial (IA) que imitam a voz e a aparência de seu pai.
As declarações de Williams ocorrem poucos dias após o lançamento do Sora 2, a nova plataforma da OpenAI capaz de gerar vídeos a partir de texto. Embora a empresa tenha indicado que bloqueará representações de figuras públicas, um porta-voz explicou que recriações de “figuras históricas” são permitidas, deixando uma lacuna na proteção de celebridades falecidas.
Essa brecha legal e ética se soma a uma onda de deepfakes que circulam nas redes sociais, que vão desde vídeos pornográficos falsos de celebridades até campanhas políticas manipuladas e golpes publicitários. Em janeiro, Scarlett Johansson também denunciou os “perigos iminentes” da IA depois que um vídeo falso dela viralizou no TikTok.

Filha de Robin Williams se revolta com vídeos feitos por IA com o pai
A atriz e diretora, conhecida por seu trabalho em “A Lenda de Korra” e “Lisa Frankenstein”, expressou sua indignação, considerando esse tipo de conteúdo um desrespeito à memória do lendário ator.
“Por favor, parem de me enviar vídeos do pai feitos por IA. Parem de pensar que eu quero assisti-los”, escreveu Zelda Williams em um story do Instagram, segundo a mídia americana. “Se vocês tiverem um mínimo de decência, parem de fazer isso comigo e com ele.”
A diretora também chamou essas recriações digitais de um ato “repugnante e vazio” que banaliza o legado de artistas reais. Em suas palavras, ver seu pai (que morreu em 2014, aos 63 anos) se tornar um mero modelo digital é “enlouquecedor”.

“É um absurdo, uma perda de tempo e energia, e acredite, NÃO é o que ele gostaria”, afirmou.
O motivo pelo qual Zelda Williams chamou os vídeos com seu pai feitos por IA de “repugnantes”
Zelda Williams usou sua mensagem para criticar duramente o uso indiscriminado de inteligência artificial na criação de conteúdo. Em sua opinião, essa tecnologia está transformando a memória e a arte humanas em um produto superficial e sem alma.
“Vocês não estão fazendo arte, estão transformando vidas de seres humanos em salsichas nojentas e superprocessadas”, escreveu ela, aludindo à forma como alguns usuários buscam validação nas redes sociais gerando deepfakes.
Ela também comparou assistir a esses vídeos a uma experiência grotesca e vazia: “Vocês estão ingerindo a centopeia humana do conteúdo”, declarou.

Para Zelda Williams, o verdadeiro problema não é apenas técnico, mas ético: essas recriações confundem os limites entre homenagem e exploração, usando a imagem de pessoas falecidas sem consentimento ou respeito.
A Melhor Homenagem a Robin Williams
Robin Williams foi um dos atores mais amados de Hollywood, lembrado por filmes como “Sociedade dos Poetas Mortos”, “Gênio Indomável” e “Uma Babá Quase Perfeita”. Sua morte em 2014 impactou profundamente o público e sua família, que desde então zelam por sua memória.
LEIA TAMBÉM:
“Vossa Majestade”: ele é o ator coreano que está roubando corações e se tornando o novo galã
Atriz de ‘Big Bang Theory’ morre aos 52 anos: veja mensagem de despedida comovente
Bad Bunny responde em espanhol às críticas sobre sua participação no show do intervalo do Super Bowl
Zelda Williams, sua filha com a produtora Marsha Garces, insiste que a melhor homenagem ao pai é manter viva sua obra autêntica, e não reproduzi-la com ferramentas digitais.

“Meu pai deu vida a personagens que vieram do seu coração, não de um algoritmo”, escreveu ela. Sua mensagem se tornou um alerta sobre os limites da tecnologia e o respeito pelos artistas que não estão mais entre nós.

