A D23 Brasil – uma Experiência Disney, contou com sua primeira edição no país em 08, 09 e 10 de novembro, reunindo toda a vitrine da cultura pop que a marca imprimiu nos últimos anos, com programação dedicada aos estúdios.
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A fim de tornar o evento inclusivo, uma das ferramentas utilizadas pela organização foi a Área de Descompressão, promovida para pessoas neurodivergentes se regularem durante a feira.
De acordo com um membro da equipe de apoio, Pedro Avelar, consultor de diversidade, acessibilidade, sustentabilidade e também neurodivergente, o espaço já chegou a receber de 300 a 500 pessoas em uma única data. Em média, durante os três dias de feira, 100 a 200 pessoas buscaram o serviço por dia, com pelo menos 10 deles em crise buscando se regular.
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“A gente está vendo um monte de coisas acontecendo: tem música, tem barulho. Às vezes, as pessoas entram em crises por momentos de ansiedade tristes, mas também por ansiedades felizes. Tem gente que têm hiperfoco no Mickey, que chegou aqui, abraçou o Mickey, ficou muito animada e teve crises. Houve também pessoas com questões de saúde e situações que geraram ansiedade por outros motivos, como brigas familiares e questões internas”, explicou Pedro, diagnosticado com TDAH e também em processo de diagnóstico de TEA.
Utilização do serviço
Juliana e Roberto, pais de Maria Valentina e Joaquim, foram um dos participantes da feira que utilizaram o serviço. Joaquim teria ficado impaciente em uma fila quando a mãe foi informada por outra pessoa sobre a Área de Descompressão.
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Quando soube do espaço, revelou ter se sentido aliviada, pois não sabia que existia um local para acalmar o filho, que conta com diagnóstico de TDAH e TOD. Segundo ela, Joaquim estava agitado e cansado antes de visitarem a sala.
“Achei muito legal. Acho que os espaços estão se preparando. Talvez até seja um movimento: se a gente se acostumar com coisas desse tipo, podemos procurar outros eventos que tenham esse acolhimento, em vez de ir aos que não têm, né?”, relatou Juliana ao Metro World News.
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“Na verdade, passamos por uma fase que eu acho que não deveríamos ter passado, em que pensamos em não sair de casa”, complementou Roberto.
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Amparo durante o evento
Pedro explica que, durante o auxílio para pessoas neurodivergentes, havia uma equipe de terapeutas e auxiliadores também atípicos, que ofereciam acolhimento personalizado. Dependendo da necessidade de cada pessoa, elas podiam escolher ficar sozinhas, pedir ajuda ou ficar com seus familiares. Para ele, o importante era ouvir com empatia e oferecer o apoio adequado conforme a situação dos visitantes.
Para Pedro, embora a acessibilidade em eventos no Brasil tenha avançado, ainda há muito a ser feito, especialmente em relação ao atendimento de pessoas com diferentes condições. Ele menciona que, em termos percentuais, há poucos eventos que realmente oferecem acessibilidade adequada.
Além disso, o membro do apoio destacou a importância de reconhecer que não se trata apenas do Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas de mais de 30 condições diferentes, muitas das quais são “ocultas”, como o TEA, ou negligenciadas, como a bipolaridade e o transtorno de personalidade borderline. Ele também aponta que essas condições de saúde mental ainda carecem de apoio público adequado no Brasil.
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Preparo para inclusão
O ambiente foi arquitetado para auxiliar na estabilização e redução do estresse sensorial, somada a uma equipe de acolhimento. Além do espaço, os visitantes tiveram acesso a um kit para redução de estímulos, retirados no próprio espaço para utilização durante o evento.
De acordo com Pedro, a Disney, no evento em questão, já oferece recursos de acessibilidade como audiodescrição, Libras e adaptações físicas no espaço. Ele também mencionou que, ao longo do tempo, a empresa tem melhorado esses recursos e planeja aprimorar ainda mais, visando oferecer uma experiência mais inclusiva para pessoas com deficiências.