Blink-182 voltou ao México e o fez de forma espetacular. Passaram mais de 20 anos desde que Tom DeLonge, Mark Hoppus e Travis Barker pisaram novamente por lá. O mundo é diferente desde que a banda se formou? Sem dúvida. Os concertos do Blink-182 não são apenas uma desculpa para ouvir as músicas mais queridas da banda, mas também para nos transportar para aqueles anos 2000 que já não existem mais.
Blink-182 nasceu dentro da corrente de pop punk ou punk rock que os adultos odiavam, mas que os jovens amavam. Os anos 90 vinham de gêneros tão sombrios como o grunge ou coisas tão pop como as boy bands. Além disso, era a época da MTV em que o politicamente incorreto dominava a tela: programas como Jackass, Malcom o do Meio ou filmes como American Pie eram a delícia dos jovens. Ser mal-educado era o legal, rebelar-se contra o sistema era o que todos desejavam.
Foi aí que um monte de bandas chegou para alegrar os adolescentes: Green Day, The Offspring e o próprio Blink-182. Músicas descontraídas que falavam sobre se divertir, andar na praia e odiar os adultos... exatamente como todos os jovens desejaram alguma vez. Os concertos da banda eram um sucesso total: essa música definiu toda uma geração.
Mas então vieram os ataques às Torres Gêmeas em Nova York e tudo mudou.
Sem dúvida, este evento abalou a indústria do entretenimento: percebemos que nem tudo era diversão, demos mais importância às letras profundas, fomos invadidos pelo medo e foi como o duro despertar de uma festa eterna. Blink 182 não resistiu à mudança: em 2005 anunciaram que a banda se separava, embora tenham retornado poucos anos depois.
É por isso que os concertos que a banda fez no México foram tão importantes. Não se tratava apenas de ouvir uma banda, mas de lembrar toda uma época. Por toda parte, podiam-se ver jovens (e nem tão jovens) abraçados. Seus membros, agora se aproximando dos 50 anos, saíram com a mesma energia de sempre: tocaram “The Rock Show” e o Palacio de los Deportes estava desabando de tantos gritos. Continuaram com músicas como “Anthem Part II”, “Carousel”, “Adam’s Song” ou “All The Small Things”, onde os fãs mexicanos mostraram por que são tão animados. Tom De Longe apenas conseguiu dizer “this is f***ing awesome”.
Já não somos jovens. Mas continuamos sentindo a música com a mesma intensidade. Citando uma de suas músicas mais famosas “What’s my age again?”, definitivamente não temos 23 anos. Mas o Blink-182 nos fez sentir como se tivéssemos.

