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A dramática agonia de Alain Delon, o ídolo do cinema francês que hoje pede eutanásia e no Chile se vestiu de huaso

Disputando herança enquanto um tribunal ordenou proteção judicial

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Aos 88 anos, o ídolo do cinema francês clássico Alain Delon está passando por uma lenta agonia, marcada por seu pedido de receber a morte assistida e pela ordem legal de fornecer proteção judicial devido aos seus problemas de saúde e ao conflito familiar com os três filhos por sua herança.

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Seu filho mais velho, Anthony Delon, foi quem solicitou a medida a um tribunal, que considerou "necessário, diante do conflito, designar um oficial judicial para a proteção dos adultos, neutro e imparcial, para assisti-lo".

Protagonista de dezenas de filmes mundialmente famosos – entre eles O Leopardo, Sob o Sol de Satã, O Samurai, Borsalino, A Piscina e O clã dos sicilianos –, o ator teve uma vida complexa antes de alcançar a fama e ser considerado um “monstro sagrado” do cinema, sob o apelido de “enfant terrible” do cinema francês.

Nem no pior roteiro de seus protagonistas Alain encontrou uma trama tão sinistra como a que envolve seus filhos Anthony, Anouchka (33 anos) e Alain Fabien, que até trocaram acusações entre si. Os dois filhos acusam Anouchka, a quem chamaram de "mafiosa", de tentar tirar seu pai da residência de Douchy (Paris) para levá-lo para a Suíça e assim controlar seu testamento.

A jovem receberá metade da herança e sempre foi a preferida de seu pai: inclusive, a também atriz foi encarregada de entregar-lhe a Palma de Ouro honorária do Festival de Cannes durante a cerimônia de homenagem.

Após sofrer um derrame cerebral em julho de 2023, os especialistas afirmaram que ele estava muito debilitado devido a um “estado de exaustão física e psicológica com um risco significativo de suicídio”. Poucos meses depois, ele confessou a um dos médicos que o examinou que “quero morrer, a vida acabou”, solicitando ser submetido à morte assistida.

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Sua passagem pelo Chile

No lançamento e no auge de sua carreira, Delon passou pelo Chile. A primeira vez foi em 1965, quando foi promover o filme “O Insubmisso”, do qual era protagonista e produtor.

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Nos registros fotográficos da época, ele é visto visitando uma importante vinha e, seguindo uma tradição clássica, posando com um poncho e um chapéu de huaso. Em uma época sem fofocas ou revelações de alcova, o ator também foi fotografado com a cantora popular Bambi.

Trinta anos depois, ele voltou para um país diferente, com uma televisão que já destinava milhares de dólares para trazer figuras para seus programas principais. O apresentador Raúl Alcaíno o entrevistou - com um tradutor, é claro - no programa "Noche de ronda", onde Delon se mostrou relaxado ao falar de sua vida difícil.

Lá ele lembrou que "meus pais me abandonaram aos 4 anos em um orfanato e aos 17 me alistei na Marinha, destinado à Indochina. Eu queria ser um homem, mas ainda era uma criança".

Também analisou o cinema de seus primórdios, “quando a ficção era mais forte do que a realidade. Hoje o cinema não tem a violência que mostra a realidade”, expressou o mítico Delon, que também deslizou uma frase que hoje adquire maior conotação: “Meus filhos são minha vida”.

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