Entretenimento

O declínio de “The Crown” com a ausência notável da Rainha Elizabeth II

A mudança de foco afetou a trama e a série perdeu sua essência original ao se distanciar da figura central

Série 'The Crown', da Netflix
Série 'The Crown', da Netflix

A morte da Rainha Elizabeth II em 2022 foi um evento que ressoou globalmente, destacando a falta sentida por sua ausência em várias esferas. Esta perda tornou-se um lembrete comovedor de sua relevância ao longo de seus 70 anos de reinado. Curiosamente, a diminuição da presença da rainha nas duas últimas temporadas de “The Crown” lança luz sobre as falhas da série.

A importância da focalização na Rainha

Ao analisar a série em retrospectiva, torna-se evidente que quanto mais “The Crown” se concentrava na figura da rainha, mais bem-sucedida era. O consenso é que as duas últimas temporadas da série foram consideravelmente mais fracas do que seus períodos gloriosos anteriores. A decisão de colocar a rainha em segundo plano, muitas vezes desviando o foco para outros personagens como Tony Blair ou o Príncipe Charles, contribuiu para essa queda de qualidade.

LEIA TAMBÉM: “Insuportável”: Elizabeth Debicki revela desafios de interpretar princesa Diana em The Crown

A chave para o sucesso: profundidade emocional da Rainha

O sucesso da série sempre residia na inteligência com que explorava os detalhes emocionais íntimos da rainha, revelando como ela poderia ser por trás de sua presença pública enigmática. Desde crises políticas até questões familiares, a trama sempre girava em torno dela. As interpretações brilhantes de Claire Foy, Olivia Colman e Imelda Staunton trouxeram camadas complexas à personagem ao longo das diferentes fases de sua vida.


A subutilização de personagens na última temporada

Atriz australiana Elizabeth Debicki continua como princesa Diana na sexta e última temporada da série 'The Crown', da Netflix
Atriz australiana Elizabeth Debicki continua como princesa Diana na sexta e última temporada da série 'The Crown', da Netflix

A última temporada, no entanto, falhou em manter o mesmo padrão. Imelda Staunton, interpretando a rainha mais velha, foi subutilizada, resultando em uma representação menos impactante da monarca. A fórmula de sucesso que aproximava fatos conhecidos e preenchia lacunas de maneira confiável perdeu parte de sua eficácia, deixando a audiência ansiando pelos momentos de profundidade emocional que antes eram a marca registrada da série.

A derivação da realidade nas últimas temporadas

Embora “The Crown” tenha recebido críticas por sua fidelidade histórica, a série muitas vezes se aproximava da realidade de maneira surpreendentemente próxima. No entanto, as duas últimas temporadas mergulharam desnecessariamente em eventos contemporâneos, perdendo a oportunidade de explorar lacunas históricas menos conhecidas. A especulação em torno de eventos recentes, como a relação de Charles e Camilla, prejudicou a sagacidade e a astúcia que antes caracterizavam a série.

A queda da trama e a distância da essência original

A série “The Crown” enfrentou críticas pela maneira como abordou a especulação em torno da abdicação ao trono e a tentativa de prever o futuro além da cronologia estabelecida. A última cena, envolvendo a rainha e o príncipe Philip planejando seus próprios funerais, pode ter ultrapassado os limites da verossimilhança. Essa desconexão em relação à essência original da série levanta questionamentos sobre o rumo escolhido para o desfecho.

O futuro incerto da monarquia na última temporada

A parte dois da sexta temporada de “The Crown” já está disponível na Netflix, mas a série enfrenta críticas por seu afastamento da trama emocional centrada na rainha, que antes a tornava uma obra magnífica. O futuro incerto da monarquia, apresentado de maneira fictícia, marca um contraste notável com a abordagem mais sólida das temporadas anteriores.

Fonte: BBC

       

Tags

     

Últimas Notícias