Conhecida por seu papel no filme Retrato de uma jovem em Chamas, e por ser porta-voz contra casos de assédio e agressão sexual na indústria do cinema francesa, a atriz Adèle Haenel anunciou que está se aposentando do cinema.
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Segundo a Marie Claire, Adèle afirmou por meio de uma carta redigida ao site francês Télérama, que tomou a decisão política de se aposentar por conta do posicionamento da indústria cinematográfica francesa diante dos casos de agressão sexual.
Para ela, o ato de acobertar diretores franceses acusados de cometerem agressões sexuais acaba sendo priorizado principalmente ao falar de nomes como Gerard Depardieus, Roman Polanskis e Dominique Boutonnats. Enquanto a vítima fica sem acolhimento e credibilidade.
“Eles ficam incomodados quando as vítimas fazem muito barulho. Eles prefeririam que desaparecêssemos e morrêssemos em silêncio”, afirma.
#MeToo
Segundo a carta enviada pela atriz comunicando sua aposentadoria precoce do cinema, Adèle afirma que nomes do alto escalão do cinema francês influenciaram no cancelamento do movimento Me Too (#MeToo) no país, como uma tentativa de silenciar as vítimas.
“Você tem o dinheiro, a força e a glória, mas não me quer como espectadora. Eu cancelo você do meu mundo”, afirma ela traduzindo em palavras a forma como vê o pensamento e as ações dos acusados.
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Além de sua atuação em produções cinematográficas, Adèle ganhou destaque ao protestar durante o 45º Prêmio César, o Oscar francês.
Na ocasião, ela deixou a cerimônia após Polanski ser premiado como o Melhor Diretor pelo filme O Oficial e O Espião.
Enquanto Polanski foi indiciado por abuso sexual, o diretor francês Christophe Ruggia foi acusado por Adèle de ter abusado sexualmente dela aos 12 anos de idade, após a atriz ser escalada para atuar no longa The Devils. O diretor nega o crime, mas foi indiciado e aguarda pelo julgamento.