A jornalista Glória Maria morreu na madrugada desta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro. Ela estava internada no Hospital Copa Star, na Zona Sul, desde janeiro passado, quando iniciou um tratamento contra metástases no cérebro.
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Ícone do jornalismo brasileiro, ela foi âncora do “RJTV”, “Bom dia Rio”, “Jornal Hoje” e do “Fantástico”, da TV Globo. Atualmente, ela era uma das apresentadoras do programa “Globo Repórter”, ao lado de Sandra Annemberg.
No entanto, por conta dos problemas de saúde, ela estava afastada da emissora desde dezembro passado. A previsão era de que retornasse às gravações neste ano.
O Grupo Globo publicou uma nota nesta manhã lamentando a morte, na qual citou os tratamentos médicos pelos quais Glória passava:
“A jornalista Gloria Maria morreu essa manhã. Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, incialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias. Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais. Glória deixa duas filhas, Laura e Maria.”
Vida e carreira
Glória Maria nasceu no dia 15 de agosto de 1949, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, ela sempre estudou em escolas públicas. Cursou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), enquanto trabalhava como telefonista da Embratel.
Na década de 1970 iniciou sua longa jornada na Globo Rio, onde começou como rádio escuta. Na época, ela acompanhava as transmissões na frequência de rádio da polícia para saber o que acontecia na cidade. Ela também fazia rondas diárias por meio de ligações telefônicas para diversos órgãos.
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A estreia dela como repórter ocorreu em 1971, quando fez a cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Naquela época, os repórteres ainda não apareciam no vídeo, mas ela se posicionou em frente às câmeras e narrou ao vivo tudo o que estava vendo no local da tragédia.
Anos depois, ela foi a primeira repórter a entrar ao vivo e, em cores, no “Jornal Nacional”. Em 1986, a jornalista passou a integrar a equipe do “Fantástico”, do qual foi apresentadora de 1998 a 2007. Ela também ficou conhecida pelas viagens que fazia ao longo do mundo para o programa, sendo que foram mais de 100 países visitados.
Após 10 anos de “Fantástico”, Glória tirou dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais. Em 2009, adotou as filhas Maria e Laura após passar uma temporada na Bahia. Ela voltou à ativa em 2010, desde quando passou a integrar a equipe do “Globo Repórter”, onde permanecia até agora.
Ao longo da carreira, a jornalista foi responsável por vários “furos de reportagem”, além de fazer entrevistas marcantes como com a cantora Maddona, com Freddie Mercury e Michael Jackson. Ela também acompanhou de perto a guerra das Malvinas (1982), a invasão da embaixada brasileira do Peru por um grupo terrorista (1996), os Jogos Olímpicos de Atlanta (1996) e a Copa do Mundo na França (1998).
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