Um laudo médico definitivo sobre a morte da cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, foi divulgado na última quinta-feira (31).
De acordo com o documento, solicitado pelo viúvo da artista, Clevinho Santos, a causa da morte foi um “processo infeccioso no Sistema Nervoso Central”.
Os medicamentos dados para a cantora nos hospitais em que ela foi internada não tiveram relação com o seu falecimento. “Não existe nexo casual entre os medicamentos prescritos e o evento óbito”, informou o laudo.
Leia, abaixo, o documento na íntegra:
O presente parecer médico teve como objetivo apurar qual a patologia que motivou a internação e culminou com o evento morte da paciente Paula de Menezes Nascimento Leca Viana.
De acordo com a documentação analisada, as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com uso de medicamentos.Baseado nos documentos médicos analisados, a lesão hepática não possui nexo causal com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera).
Exames realizados (Liquor) evidenciam uma infecção em Sistema Nervoso Central, com a celularidade demonstrando a hipótese diagnóstica de uma Meningite.
Não foi evidenciado a presença de conduta médica inadequada durante sua internação Hospitalar (Hospitais UNIMED ou Primavera). O tratamento instituído pelos citados Hospitais seguiu o protocolo específico e bibliografia médica atual, porém, houve uma rápida evolução para o óbito.Os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera), não causaram lesões e/ou intoxicação na paciente, ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e o evento óbito.
Não há elementos para concluir que uma intoxicação alimentar desencadeou a patologia da paciente, porém, intoxicações alimentares podem causar lesões renal, hepática e cerebral, culminando em alguns casos com o óbito do paciente dependendo da gravidade da doença e a virulência do agente patológico.
Não há elementos para estabelecer se a procura antecipada por atendimento médico neste caso poderia conter a evolução da doença. Contudo a procura rápida por atendimento médico é na maioria dos casos o ideal para obter sucesso em um tratamento médico, porém, a evolução da patologia apresentada pela paciente foi rápida e incontrolável evoluindo ao óbito.
O óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa.São Paulo/SP, 31 de março de 2022.”
Evolução do quadro de Paulinha Abelha
Paulinha morreu na tarde do dia 23 de fevereiro, em Aracaju (Sergipe), após 13 dias de internação. A evolução do quadro, que culminou em um estado grave de coma, chocou os fãs da vocalista, de apenas 43 anos.

Paulinha passou mal durante a turnê da banda em São Paulo. No dia 11 de fevereiro, ela deu entrada em um hospital da capital sergipana com um quadro de problemas renais.
Dias antes, em 8 de fevereiro, o grupo deu uma entrevista ao canal do Youtube Podpah. Na ocasião, a cantora relatou que havia passado mal. “Eu quase tive um ‘passamento’, um desmaio, mas já está tudo bem”, disse no programa ao vivo.
O primeiro boletim médico foi divulgado no dia 13. Até então, o quadro era estável e artista estava sendo acompanhada por uma equipe médica especializada.
No dia seguinte, novo boletim informou que Paulinha havia sido transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva. De lá para cá, o quadro foi piorando.
No dia 22, os médicos concederam uma entrevista coletiva, em que explicaram que a cantora estava no grau mais profundo de coma.
O último boletim médico, no dia 23, informava que Paulinha realizava hemodiálise e respirava com o suporte de aparelhos. Por volta das 19h20, o perfil da banda anunciou a morte da cantora.
